A pandemia da covid-19 avança inclemente sobre as populações mais vulneráveis, entre elas as nações indígenas. Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), até domingo (21) já havia mais de 7 mil casos confirmados e 330 mortos. Os 22 mil Xavante, que habitam sobretudo o estado de Mato Grosso, estão entre os povos originários mais expostos e frágeis.
Para tentar impedir mais um genocídio e prestar ajuda emergencial, a Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT), a Federação dos Povos Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt) e do Condisi Xavante (Conselhos Distritais de Saúde Indígena) se uniram na campanha A’uwe tsari – o – SOS Xavante
O lançamento da campanha acontece nesta quarta-feira (24), às 19h, pelas redes sociais. Também participam da campanha os Expedicionários da Saúde, a Operação Amazônia Nativa (O pan), o The Nature Conservancy Brasil, a Revista Xapuri e o jornal Brasília Capital.
Link para assistir a live: https://www.youtube.com/watch?v=XmK9QrlHXWw&feature=youtu.be
O objetivo é sensibilizar não apenas os bancários, mas toda a sociedade brasileira e a opinião pública internacional. E arrecadar fundos para atendimento sanitário e alimentar durante a pandemia.
A busca por uma vida feliz e saudável
O nome A’uwe tsari, que se traduz por “ajude o povo Xavante“, ou simplesmente SOS XAVANTE, foi sugerido pelas próprias lideranças indígenas. Juntas, as palavras a’uwe (gente, povo) e tsari significam, para os Xavante, o vínculo com suas raízes, a busca por uma vida feliz e saudável, a cura pela natureza, a própria cosmogonia herdada de seus ancestrais nos jardins das plantas tortas, do bioma Cerrado, na região Centro-Oeste do Brasil.
No momento, infelizmente, há relatos de mortes e de pessoas enfermas em grande parte das mais de 300 aldeias Xavante. Um povo que heroicamente resistiu a 80 anos de contato com a sociedade nacional não haverá de sucumbir agora ante esta terrível pandemia.