Após discurso nazista de ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, proferido na quinta-feira (16), vários magistrados reagiram nas redes sociais. Na manhã desta sexta-feira (17), antes de o Presidente da República exonerar o dramaturgo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou uma nota da PGR em que afirma ser a democracia participativa a única ideologia admissível no Brasil.
Exonerado nesta sexta (17) pelo presidente Jair Bolsonarao (sem partido), o ex-secretário parafraseou, em uma live nas redes sociais, discurso do ministro da Propaganda da Alemanha nazista Joseph Goebbels. O objetivo do vídeo era o lançamento do Prêmio Nacional das Artes.
Augusto Aras disse, na nota, que a democracia participativa tem como princípio fundante a liberdade de expressão. “Ideias nazifascistas são totalitárias e destroem a democracia, daí por que, nesta excepcionalidade, a liberdade de expressão pode ser relativizada, consoante o paradoxo da tolerância de Karl Popper”.
O ex-ministro da Justiça, Milton Seligman, declarou no seu Twitter que é “intolerável para um país que tem orgulho de sua Força Expedicionária que lutou na Europa contra o nazi-fascismo. Muitos perderam a vida nessa luta. Um canalha desses não pode ser uma autoridade pública”. Em outro tweet, ele cobrou uma atitude do Ministério Público contra Roberto Alvim.
A Embaixada da Alemanha também não deixou por menos: “O período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã.Trouxe sofrimento infinito à humanidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou glorificar a era do nacional-socialismo [nazismo]”.