12 pessoas são mortas e 11 saem feridas depois de atentado na sede da revista satírica francesa Charlie Hebdo, que fazia piadas com islãs
- Advertisement -
O dia 7 de janeiro será lembrado para sempre como o dia em que a liberdade de expressão foi atacada justamente em seu nascedouro, a França. Dois homens entraram, e um terceiro ficou na porta fazendo a retaguarda, na sede da revista satírica Charlie Hebdo e abriram fogo contra a redação. 12 pessoas foram mortas e 11 ficaram feridas, sendo quatro delas em estado grave. A “justificativa” dos terroristas sobre o atentado é que teria sido uma vingança ao profeta Maomé, que fora retratado em algumas charges publicadas pela revista semanária.
Dos 12 mortos, oito eram funcionários do jornal, entre eles quatro cartunistas, um funcionário do edifício, um convidado da redação e mais dois policiais. O jornal publicou ainda uma foto do corredor da redação com várias manchas de sangue.
Até o momento, nenhum grupo extremista assumiu a autoria dos atentados. Veículos internacionais identificaram os possíveis terroristas. Eles seriam Saïd e Chérif Kouachi (foto), de 30 e 33 anos, irmãos nascidos na França e de origem argelina. Ambos teriam lutado na Síria ao lado de grupos islamistas. O terceiro suspeito tem apenas 18 anos, chama-se Hamyd Mourad e ainda tem a nacionalidade desconhecida. Testemunhas contaram que os terroristas, ao saírem da sede da Charlie gritavam “vingamos o profeta” e “diga à mídia que foi a Al-Qaeda do Iêmen”.
Foi o segundo ataque sofrido pela revista, que mantinha o endereço da sede em sigilo e pedia para que vizinhos não comentassem sobre o funcionamento da redação no local. A precaução passou a ser tomada em 2011, quando, após uma edição fazia piada com a Sharia, ou lei islâmica, um atentado com coquetéis molotov incendiou parte do edifício da revista no leste e Paris. Após este primeiro atentado, Charb (diretor que morreu no ataque de quarta-feira) e outros membros da redação viviam sob proteção policial e sua sede era alvo de custódia pela polícia francesa.
Apesar disso, a Charlie Hebdo permaneceu fiel a sua linha de conduta e dizia não ser inimiga do Islã. \”Há provocação, como fazemos todas as semanas, mas não mais contra o Islã que com outros temas\”, afirmou em 2012, após o atentado incendiário, seu diretor de publicação Charb.
O troco
Toda ação tem sua reação e, normalmente, pune apenas os inocentes. A extrema direita francesa, em artigo publicado pelo jornal Le Monde, afirmou que “a guerra está aberta contra o islã radical”. O presidente americano, Barack Obama, disse que está do lado da França e dos franceses. “A França é o mais antigo aliado dos Estados Unidos e está ao nosso lado no combate aos terroristas que ameaçam nossa segurança e do mundo”, afirmou o mandatário americano. Na própria França, o ex-presidente e atual líder do partido conservador União por um Movimento Popular (UMP) pediu “medidas fortes contra o terrorismo”.
- Advertisement -