Peço emprestados alguns versos do Gabriel, O Pensador, para introduzir a minha opinião sobre a situação atual, que me causa, ao mesmo tempo, revolta e perplexidade:
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“Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta / Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve / Você pode, você deve, pode crer / Não adianta olhar pro céu e virar a cara pra não ver / Se liga aí que botaram você numa cruz e só porque Jesus sofreu, não quer dizer que você tenha de sofrer / Até quando você vai ficar usando rédeas? Rindo da própria tragédia? / Até quando você vai ficar levando? (Porrada! Porrada!) / Até quando você vai ficar sem fazer nada? / Até quando vai ser saco de pancada?”
Agora é a minha vez de perguntar:
Até quando vamos aturar que o Tribunal Superior Eleitoral não faça nada e aceite os registros de trinta e tantos partidos, para confundir ainda mais as cabeças de quem vai votar no próximo dia 5 de outubro?
Até quando vamos aceitar que o Salário Mínimo (leia-se mísero) de 724 reais permaneça em vergonhoso contraste com os privilégios de deputados e senadores, que recebem cerca de 30 mil reais por mês, além de tudo pago (à nossa custa): casa, comida, telefone, atendimento médico aqui e no exterior, e etcétera mamatas.
Até quando vamos aturar a corrupção explícita, ontem protagonizando uma roubalheira de milhões, cognominada de Mensalão; e hoje uma lista enorme de bandidos de gravata, dedurada por um ex-diretor da Petrobras (também corrupto), a troco de delação premiada?
E, finalmente, até quando vamos permitir, de braços cruzados, a ação daninha de tarados e pedófilos que continuam estuprando crianças e mulheres, favorecidos pelos habeas corpus da impunidade absoluta?
Já que os religiosos que continuam olhando pro céu, mas viram a cara pra não ver, impedindo que se criem penas de morte tal qual nos países democráticos, vamos exigir que o próximo presidente da República assine um decreto-lei irrevogável, para que esses monstros humanos tenham como pena os testículos capados, cortando o mal pela raíz, a fim de que não reproduzam filhos, levando-se em conta que a tara é herança genética.
Até quando, meu Deus?