Dos bailes da vida para uma carreira de 36 anos repleta de sucessos, especialmente nas trilhas sonoras de novelas. Com a mesma formação desde a época em que se chama “Famks”, o Roupa Nova volta a Brasília nesta sexta-feira (20) para o show “Todo amor do mundo”, às 23h, no ginásio Nilson Nelson, em homenagem ao \”mês das mães\”. A apresentação acontece às vésperas do lançamento do DVD que fecha o kit com dois CDs e um livro, que leva o mesmo nome da turnê.
O DVD deve chegar às lojas em junho. O roteiro deve ser o mesmo dos dois CDs, com histórias narradas pelo sexteto intercaladas com 19 canções que são versões de músicas das décadas de 1960 e 1970.
“É a história de um menino que passeia por coisas basicamente que todos nós vivemos, do bullying na escola, ao sexo, drogas, política, a gente fala da ditadura. É um trabalho cantado e narrado, com letras interligadas. Na verdade não é uma história biográfica, é poética”, afirma o multi-instrumentista Ricardo Feghali.
Os dois CDs e o livreto com as histórias foram lançados juntos no fim do ano passado. “A parte narrada é em desenho animado. É um trabalho diferente da gente, bem especial”, diz o músico.
As versões presentes nos álbuns foram feitas por compositores como Nelson Motta, Milton Guedes, Humberto Gessinger, Guilherme Arantes, Paulinho Moska, Ronaldo Bastos e Paulo Massadas.
A ideia do “álbum conceitural” foi do baixista Nando. Marvin Gaye, B. J. Thomas, Guess Who, The Beach Boys, Hermann’s Hermit e Marmalade estão entre os artistas que gravaram as versões originais das músicas do disco.
Uma das faixas é “Tempo de encarar”, a primeira da história da banda a ter o guitarrista Kiko como vocalista principal. Participam do trabalho nomes como Tico Santa Cruz(Detonautas Roque Clube), Alexandre Pires, Angélica, Ed Motta, Twigg (filha do vocalista e percussionista Paulinho) e Carol Feghali (filha de Ricardo).
A primeira canção de trabalho foi “Tempo de amar”, escrita por Pedro Camargo e José Ari. A música foi gravada pela primeira vez no disco “Roberto Carlos em ritmo de aventura”, pelo “Rei”.
Sucesso atrás de sucesso
As músicas de “Todo amor do mundo” são apenas uma parte do show do Roupa Nova, que não pode ficar sem alguns dos “53 sucessos”, sendo “32 temas de novelas”. Mesmo com versões, medleys e novidades, é impossível assistir Feghali, Paulinho, Kiko, Nando, Serginho Herval (bateria e voz) e Cleberson Horsth (teclados) no palco sem hits como “Dona”, “Volta pra mim”, “Meu universo é você”, “Linda demais” e “A viagem”.
“Não tem como ficar de fora”, afirma Feghali. Ele cita algumas músicas que chama de especiais na trajetória e lembra como algumas delas foram feitas. “Coração pirata” e “Bem simples” estão nessa lista.
“Tem ‘Sapato velho’, que eu bolei uma abertura do show com ela. ‘Canção de verão’, que abriu as portas para a gente, foi a primeira. ‘Vício’ eu sonhei com ela e gravei no meio da noite”, diz. “‘Volta pra mim’ eu fiz jogando baralho no fundo do ônibus. ‘Muito mais’ eu fiz no avião.”
Longevidade
Um projeto artístico em comum, com o trabalho à frente de tudo, e uma “cooperativa autoral” são alguns dos segredos do Roupa Nova para passar tanto tempo junto, com uma média de 120 shows por ano.
“Somos diferentes, a banda não tem um líder, a gente não tem um cabeça, somos todos pela banda. Temos a cooperativa autoral, as músicas são todas do Roupa Nova, todos recebem o mesmo pelos direitos autorais, criamos um jeito de igualar a receita”, afirma Feghali.
O papel de cada um também é definido de forma natural, sem imposição. O músico cita o trabalho de Nando à frente de “Todo amor do mundo”, relembrando que ele foi o responsável pelo projeto anterior, o “Cruzeiro Roupa Nova”.
“A gente tem briga também, mas resolve ali. A gente já sabe o que deve e não fazer, onde ultrapassa o limite do outro. Também tem o lance do mercado. A nossa preocupação, no começo, era fazer uma carreira, construir uma carreira, não fazer algo só para ter sucesso. A gente pode dizer que conseguiu.”
Feghali “prova” a teoria do sucesso argumentando que o público da banda se renovou ao longo dos 36 anos de estrada, com uma “galera carinhosa” pelo Brasil inteiro.
Segundo ele, a faixa etária de boa parte da plateia nos shows é de pessoas entre 15 e 25 anos, gente que nem era nascida quando a banda já colecionava hits radiofônicos como “Whisky a go go”, “Anjo”, “Tímida” e “Seguindo no trem azul”.
Outro ingrediente nessa receita do sucesso foi o início da carreira nos “bailes da vida”. “O baile é a maior escola de música que um cara pode ter. A dinâmica, a disciplina, você tem de tirar as músicas, as harmonias, os solos.”
A estrada também tem momentos que compensam os momentos de cansaço. Um exemplo apontado por Feghali foi a participação em um show de Steve Hacket, ex-guitarrista do Genesis. “Serginho foi chamado para tocar com ele. Ele participou de um show com gente. Tocamos duas músicas.”
Mesmo nos momentos triviais, o músico diz que a banda sempre encontrou motivação para fazer o melhor. “Não tem uma coisa que a gente tenha feito que gerou arrependimento.”
Roupa Nova – Todo amor no mundo
Local: Ginásio Nilson Nelson
Endereço: Setor Recreativo Parque Norte (SRPN), trecho 1 (ao lado do Mané Garrincha)
Data: sexta (20)
Horário: 23h
Abertura dos portões: 21h
Ingressos:
Área Superior
R$ 70 (unissex/meia/2º lote)
R$ 140 (unissex/inteira/2º lote)
Cadeira Premium
R$ 150 (unissex/meia/2º lote)
R$ 300 (unissex/inteira/2º lote)
Frente Palco
R$ 110 (unissex/meia/2º lote)
R$ 220 (unissex/inteira/2º lote)
Mesa Prata
R$ 800 (unissex/meia/2º lote)
R$ 1.600 (unissex/inteira/2º lote)
Mesa Ouro
R$ 1.000 (unissex/meia/2º lote)
R$ 2.000 (unissex/inteira/2º lote)