A novela continua. Não dá para pensar apenas em quatro novos estádios por dia, dia após dia. Há consequências graves: o garimpo ilegal usa mercúrio em doses cavalares para separar o joio do trigo que procuram.
Consequência: a contaminação da tribo Yanomami. Para a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Socioambiental, o mercúrio atinge 94% das crianças, adultos e idosos, e causa danos em nervos das mãos, dos braços e das pernas dos infectados.
Mudando de lugar na floresta a cada cinco anos – momento em que a área está exaurida –, os exploradores abrem outras frentes para devastar. Tudo isso, garante o Greenpeace, financiado por quadrilhas que deixam um rastro de violência – incluindo crimes sexuais contra mulheres e crianças – e, pior, também com grana de investidores brasileiros.
É uma realidade que dura anos, e não se deixa intimidar com as medidas que o governo anuncia de combate ao desmatamento provocado pelo garimpo ilegal (quatro campos de futebol por dia e mercúrio nos intervalos), além de ampliar suas ações para acabar com a vulnerabilidade e a desnutrição dos indígenas.
Se der certo, tudo bem. Mas, e enquanto isso?