João Batista Pontes (*)
- Advertisement -
As manifestações populares de junho de 2013 expressaram a insatisfação da sociedade com os rumos que o Brasil está seguindo nas áreas das políticas públicas e econômica, da moralidade pública, além de um claro repúdio à atuação dos nossos políticos. No entanto, mais uma vez faltou a continuidade do movimento e a clareza ou unidade de propostas sobre o que de fato se queria.
A verdade é que o Brasil clama por mudanças. Não de “pequenos reparos”, mas de transformações profundas nas áreas política, econômica e social. Não dá mais para continuar com a corrupção generalizada; com a atual política econômica, que está gerando essa enorme concentração de renda; com a desmedida lucratividade dos bancos e dos grandes grupos multinacionais presentes na nossa economia, cujo resultado é a exclusão econômica e social de uma parcela cada vez maior da população brasileira.
Infelizmente os interesses que estão ditando os rumos da próxima eleição não nos deixam sonhar com alguma mudança, a curto/médio prazo. A verdade é que esta eleição ainda está sendo dominada pelos interesses econômicos, pela grande mídia – nas mãos de poderosos grupos econômicos ou políticos -, pelos empreiteiros de obras públicas, além de regida por um sistema eleitoral perverso, que concede, por exemplo, tempo tão diferenciado na TV e no rádio para os candidatos. Afinal, ainda estamos nas mãos daqueles que não querem mudanças, apesar de os candidatos por eles apoiados e financiados dizerem que representam a mudança.
Na realidade, há muito ainda que se avançar na conscientização da sociedade, o que está diretamente vinculado à elevação do nível de educação da sociedade, de modo a prepará-la para participar mais ativamente da vida política de sua cidade, do seu Estado e do País. Precisamos estar abertos para ouvir os candidatos que não aparecem nas pesquisas. E se muitas das propostas que eles apresentam não têm viabilidade no atual cenário político e social, talvez sejam questões que precisamos colocar como metas a serem alcançadas.
Não nos deixemos iludir com as pesquisas eleitorais – que normalmente privilegiam os candidatos que representam a segurança de que nada vai mudar. Devemos votar naqueles que consideramos ter as melhores propostas e que reúnem as condições intelectuais e morais para implementá-las.
E no segundo turno? Bem, aí teremos que escolher o “menos ruim”.