Tento entender por que as contas dos economistas nunca coincidem com as contas de quem faz supermerdado. E, mais ainda, fico sem entender porque os jornalões dão o maior destaque quando o deus Mercado fala – enquanto os economistas que fazem o contraponto às suas ideias (deles, os que vivem do Mercado) – ficam sem espaço, a não ser nas colunas em que opinam nas ditas publicações.
Um exemplo dado pela professora Lara Mesquita, doutora em Ciência Política, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas, esclarece alguns pontos sobre o assunto. Mas, antes da professora, é bom lembrar o que diz um executivo da área, que não se identifica (sempre que o assunto diz respeito a seus patrões): o maior problema é a posição do Legislativo, que suportou, em 2021, taxas muito maiores que as de hoje, desde que fossem resguardadas as benesses que a Câmara lucra ao enviar, via Pix, uma boa grana para os currais eleitorais.
A professora acrescenta que o real objetivo é controlar o orçamento, como se estivéssemos no regime parlamentarista, eximindo o Legislativo de qualquer responsabilização política e administrativa pelo desempenho do governo. Em troca, eles ampliam seu poder sobre o orçamento, visando interesses paroquiais.
Mas nada de pânico!
Quem não entende de economia pode adotar um comportamento menos convencional: apelar para nosso quase vizinho, o México, que tem 500 milhões de litros de tequila acumulados em seus tonéis.