O Parque Ecológico de Águas Claras sofreu, terça-feira (24), o segundo incêndio em dois meses. Este, muito mais grave do que o primeiro. Foram queimados 113 mil m² de cerrado, atingindo matas de galerias que protegem nascentes e cursos d’água.
Usuários e funcionários do parque contam que o fogo começou por volta de 13h40 no local onde um grupo de estudantes se reunia. Esses encontros, segundo eles, são comuns. Ali, os adolescentes conversam, namoram e – o pior – consomem drogas.
Tudo leva crer que uma fagulha causada por eles, voluntária ou involuntariamente, originou o incêndio. Os garotos fugiram. E, enquanto o fogo avançava, apenas o funcionário do Ibram, Rui Coelho, tentava apagá-lo. A primeira viatura dos Bombeiros só apareceu mais de uma hora depois.
Funcionários da residência oficial do governador não se abalaram com a tragédia que abateu centenas de ipês roxos e amarelos, ingás, mangueiras e abacateiros.
Tampouco com a agonia de pássaros como baianinhos, ciganas, caboclinhos, sabiás, joãos de barro, galinhas d\’água, gaturamo-verdadeiros, periquitos, papagaios, tucanos, quero-queros, que habitavam a mata. Além de capivaras, macacos e animais domésticos que adentram ao parque.
Mas, quando o fogo ousou desrespeitar as placas de “entrada proibida – área de segurança” e passou para o outro lado do alambrado que separa a propriedade do parque, brigadistas e bombeiros da residência oficial entraram em ação. E tentaram, em vão, salvar uma antiga plantação de bananeiras que já deram cacho, tão-somente pelo fato de estarem no quintal do Senhor Governador.