José Roberto Arruda (PR) sofreu ontem um revés na tentativa de voltar ao poder. Por cinco votos a dois, o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) negou o registro da candidatura do ex-governador do Distrito Federal. A maioria do plenário considerou que a Lei da Ficha Limpa o impede de participar das eleições por causa de uma condenação em segunda instância em ação de improbidade administrativa. Apesar da decisão, Arruda poderá permanecer na campanha. A defesa dele prepara um recurso para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e demonstra otimismo na possibilidade de reverter o resultado.
Arruda e a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN) foram condenados em segunda instância em 9 de julho. No entanto, eles haviam apresentado o registro das candidaturas ao TRE quatro dias antes. O Ministério Público Eleitoral impugnou o pedido com base na Lei da Ficha Limpa. Mas a defesa dos dois políticos alegava que é preciso levar em conta a data da apresentação da documentação para registro.
Com a decisão de ontem, a campanha deve esquentar, principalmente na troca de ataques entre Arruda e Agnelo Queiroz (PT). Nos eventos e sabatinas, o ex-governador, líder nas intenções de votos, tem feito muitas críticas ao adversário. O petista, por sua vez, tem ressaltado a questão jurídica que ameaça a permanência de Arruda na disputa. “O TRE exprimiu com fidelidade o espírito da lei que castiga quem não preenche os requisitos. A população, agora, tem a oportunidade de confirmar esse entendimento mediante o voto”, afirmou o advogado da coligação encabeçada por Agnelo, Luís Carlos Alcoforado.