O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, solicitou neste sábado (23), que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra inquérito para apurar a conduta do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no colapso da saúde em Manaus. O texto sugere que o ministro não atuou com celeridade para reduzir os problemas e que privilegiou a distribuição de hidroxicloroquina, um remédio sem eficácia comprovada.
Na semana passada, a cidade de Manaus registrou escassez de oxigênio, o que levou pacientes a morrer por asfixia, e agora enfrenta dificuldades para alocar pacientes em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Um relatório aponta que o Ministério foi informado no dia 8 de janeiro sobre a iminente falta de oxigênio. No entanto, iniciou a entrega apenas em 12 de janeiro.
Isso significa que Pazuello teve alguns dias para agir e evitar o colapso no fornecimento no estado do Amazonas, mas tomou medidas de pouco alcance frente ao tamanho da crise. Aras afirmou que é preciso aprofundar a investigação para saber se a conduta do ministro “pode caracterizar omissão passível de responsabilização cível, administrativa e/ou criminal”.
A ação do PGR acontece em meio a pressões para que se investigue autoridades pela gestão da crise sanitária. Os pedidos são destinados não apenas o ministro da Saúde, mas ao presidente Jair Bolsonaro. Aras foi criticado por colegas e acusado de se omitir por eventuais crimes diante da pandemia de coronavírus. A investigação solicitada pelo chefe do Ministério Público não envolve Bolsonaro.