O procurador-geral da República, Augusto Aras, negou segunda-feira (1), em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, que seja amigo do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Durante a entrevista, Augusto Aras afirmou que se sente desconfortável com as investidas Bolsonaro que demonstram intimidade entre eles, como a visita extra-agenda do Presidente à sede da PGR no dia 25 de maio.
Ele admite que também sente desconforto com a citação de sua provável indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), condecoração militar e até a declaração de Bolsonaro de que espera o arquivamento do inquérito que investiga sua interferência política na Polícia Federal.
“Ocorre que é uma declaração unilateral. O presidente esqueceu de combinar comigo”, disse, sobre o possível arquivamento. Quanto à indicação a uma improvável terceira vaga no STF, o procurador disse que trata-se de “fritura”.
Fim do mundo – Aras disse que “nunca foi contra o inquérito das fake news”. Segundo o PGR, ele pediu apenas para que o STF determine “as balizas para a sua realização [com o intuito de] que esse inquérito não ganhe finalmente o apelido inicial que se lhe puseram, que foi o inquérito do fim do mundo”.
O PGR aproveitou a entrevista ao jornalista Pedro Bial para passar recados e responder indiretamente críticas que vem recebendo nos últimos meses, principalmente dentro do Ministério Público Federal.
Lembrou que o procurador-geral da República também possui independência funcional para trabalhar e elegeu a subprocuradora-geral da República Luíza Cristina Frischeisen – segunda colocada na lista tríplice – como sua maior opositora.
Vale ressaltar que o atual procurador-geral não se candidatou à lista feita pela categoria para alcançar o cargo.