Um dia depois de participar de um ato em frente ao Quartel General do Exército (Forte Apache), no Setor Militar Urbano (SMU) de Brasília, que pedia o fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal, a volta do Ato Institucional número 5 (AI-5) e o impeachment do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu um “passa fora”, na manhã desta segunda-feira (20) em um apoiador que gritava pedindo o fechamento do STF.
Em tom ríspido, Bolsonaro repreendeu o apoiador durante entrevista que concedia em frente ao Palácio do Planalto. “Aqui é democracia. Supremo aberto, transparente. Congresso aberto, transparente”, reagiu Bolsonaro, num comportamento oposto ao que tivera na véspera. O chefe do Executivo ainda disse que não poderia estar conspirando, pois já é o presidente da República.
“Aqui não tem essa conversa de fechar nada, dá licença aí. Aqui é democracia, aqui é respeito à Constituição basileira, e aqui é minha casa e tua casa. Então, eu peço, por favor, que não fale isso aqui. Nós estamos no governo, não vamos aceitar provocações baixas”, irritou-se. “Falta um pouco de inteligência para me acusa de ser ditatorial, porque já estou no poder. “Eu sou realmente a Constituição”, emendou. Bolsonaro concluiu dizendo que, no que depender dele, “democracia e liberdade acima de tudo”.
A mudança de postura de Bolsonaro vem após uma onda de reações contrárias à sua postura de subir numa camionete e discursar em meio à multidão, contrariando as recomendas de isolamento durante a crise do novo coronavírus, e de apoiar propostas de ataque à democracia. As críticas vieram de vários setores da sociedade, incluindo ministros do Supremo e 20 dos 27 governadores de estado.