Em meio à quarentena, muitas pessoas vêm sofrendo com falta de criatividade ou de produtividade. Porém, o que poucas pessoas sabem, é que esse processo é mais simples do que imaginam. O que você tem feito de novo, ultimamente? É difícil ter novas ideias, ou inovar, em processos existentes, se estamos fazendo a mesma coisa, ou consumindo das mesmas fontes de inspiração.
Para mantermos o olhar curioso para o mundo, mesmo imersos no cotidiano, precisamos permitir que o comum se faça novo. Trata-se de fazer com que o ordinário se faça interessante. Afinal, quanto mais ricas e plurais nossas vivências, maiores as chances de nos tornarmos sujeitos mais criativos e resilientes ao enfrentamento das dificuldades do mundo.
Um exemplo perfeito seria a arte. Sendo aberta em suas diversas abordagens, ela carrega múltiplas possibilidades de sentido e de experiências. Faço um convite para que encaremos essa experiência de quarentena como uma oportunidade de experienciarmos uma outra possibilidade de descoberta do mundo. Um lema constante deveria ser: aprender, desaprender, reaprender.
Sendo assim, pense na sua rotina, na sua casa, no movimento que você faz, que acredita conhecer. Perceba o que nunca percebeu. Olhe para lugares que jamais olhou por mais de um minuto! Proponha-se a assumir diferentes ângulos de observação. Por exemplo: o que reside dentro daquela gaveta que você nunca abre?
Olhe para o ambiente em que você se encontra como se tivesse acabado de chegar em um novo país. Perceba que entre ver e não ver existe um novo mundo. Mas lembre-se: aqui não se trata de ver tudo, mas sim de se aproximar, de situar o seu olhar de uma forma diferente do habitual.
Veja o mesmo, no mesmo espaço de sempre, mas de uma forma totalmente nova.
(*) Formanda de Teoria Crítica e História da Arte da UnB