Estudantes recém-formados em engenharia da computação pela Universidade de Brasília (UnB) criaram um aplicativo que aproxima quem vende marmita e os clientes. Graças ao \”Cheffz\”, o cliente pode acessar o cardápio a qualquer hora, escolher o prato. Ao fim, recebe um aviso de onde pode buscar a refeição.
A ferramenta foi desenvolvida por ex-alunos que estavam cansados da demora para encontrar opções de comida boa e barata. \”A gente começou pela UnB porque era um ambiente que a gente já conhecia. Como um pessoal é jovem, são estudantes, aceitam a tecnologia muito fácil\”, afirmou o engenheiro João Franciso Gonçalves, um dos criadores.
Há um mês, o programa tem ajudado a cozinheira Abadia Antunes, que trabalha com marmitas há quatro anos. Em Taguatinga, ela prepara três tipos de prato de carne e dois vegetarianos para serem vendidos no campus da UnB na Asa Norte por até R$ 12. Os ingredientes e temperos mudam todo dia para que o cliente não enjoe.
No começo, as vendas surgiam pelo boca a boca. Depois, Abadia passou a usar o WhatsApp como forma de divulgar os produtos. Hoje, em média, 15 pedidos por dia chegam pelo novo aplicativo. Só durante a conversa com a reportagem, às 9h, chegaram três novas encomendas.
\”Como eu fico em um ponto fixo, eu tinha a clientela daquela localidade, onde estavam perto de mim. Com o aplicativo, consegui abranger toda a UnB\”, disse a cozinheira, reconhecível pelo campus graças ao isopor rosa onde carrega as marmitas. Assim como Abadia, outros 16 microempresários estão cadastrados. \”Comer em restaurante às vezes fica muito chato. Como é uma camida caseira, todo dia o cardapio sendo diferente, fica bem melhor\”, contou um comprador.
Por enquanto, o programa só está disponível para celulares Android. \”O que a gente espera agora é aumentar nossa base de vendedores e de compradores, implemenentar novas funcionalidades para atender a necessidade de ambos. E crescer. Expandir para Brasília inteira e quem sabe pelo Brasil\”, declarou o engenheiro Luís Felipe Rabelo, outro desenvolvedor.
Microempreendedores
O DF tem mais de 111 mil microempreendedores individuais cadastrados, de acordo com o Sebrae. Além dos que trabalham com refeições prontas, eles se destacam em segmentos como o comércio de artigos de vestuário e acessórios, e em salões de beleza – barbeiros, cabeleireiros, manicures, depiladoras, esteticistas e maquiadores.
Um microempreendedor individual deve faturar até R$ 60 mil ao ano. Ele paga tributos que variam de R$ 40,40 a R$ 45,40. O microempreendedor pode ter um empregado, não precisa de contador e tem acesso a linhas de crédito empresarial nos bancos com juros mais baixos do que os oferecidos às pessoas físicas. Ele deve fazer declaração anual de rendimentos.