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Depois de três horas de reunião em sua residência oficial com o ex-presidente Lula, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e caciques do PMDB, o vice Michel Temer tentou botar panos quentes na disputa entre a Câmara e o Senado, depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, rompeu com o governo e Renan lançou um plano de ajuda à presidente Dilma Rousseff. Temer, que é o articulador político do governo, disse que a Câmara também se preocupa com o Brasil e que vai colaborar com o plano de 28 pontos que o Senado sugere que sejam implementados para tentar reerguer a economia. O vice disse que vai tratar do assunto no almoço que terá agora com a bancada do PMDB na Câmara e que também fará um encontro com Renan e Cunha.
— A sensação que eu tenho, e espero que isso se transforme numa convicção, de que a Câmara dos Deputados vai colaborar. Porque a Câmara também é preocupada com o país. Lá estão os representantes do povo brasileiro. Ninguém quer que o Brasil vá mal. Eu tenho absoluta convicção de que a Câmara vai colaborar — afirmou Temer, após o fim do café da manhã no Palácio do Jaburu.
O vice ainda saiu em defesa de Renan, dizendo estar certo de que o presidente do Senado, ao propor o pacote de socorro ao governo, não tinha a intenção de isolar a Câmara.
— Ele (Renan) jamais quis isolar o Senado em relação à Câmara. A ideia do presidente Renan sempre foi, ao apresentar uma proposta que nasceu no Senado e que é de sua lavra, chamar a Câmara dos Deputados — pontuou o vice.
Durante a reunião, Lula elogiou a iniciativa de Renan de apresentar um pacote de medidas anticrise. O ex-presidente e a cúpula peemedebista concordaram que é preciso conversar com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A avaliação que foi feita é que se não passar a ter uma postura mais responsável, a Câmara acabará ficando isolada.