De acordo com informações da pasta, uma vistoria foi realizada no instituto, na última sexta-feira (1º/4), onde decidiu-se suspender provisoriamente as atividades do estabelecimento até que os responsáveis apresentem documentos e procedimentos que comprovem as boas práticas de funcionamento e segurança dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos na clínica.
Maria Conceição deu entrada na unidade de saúde, na manhã de quinta-feira, para realizar uma cirurgia de retirada do excesso de pele das pálpebras. Após a sedação, a aposentada apresentou quadro de mal súbito, com edema na face e dificuldade de respiração. Uma UTI móvel chegou a ser acionada, mas a mulher morreu antes de ser transferida para um hospital. Durante o tempo em que ficou internada, ela recebeu doses de Midazolam, Fentanil e Droperidol. A Polícia Civil investiga as possíveis causas da morte. As principais suspeitas são reação alérgica, choque anafilático e rejeição à medicação. Os envolvidos serão intimados nos próximos dias para depoimento.
O cirurgião plástico e médico da rede pública de saúde Alexandre Figueiredo ressaltou que a operação para levantamento de pálpebra costuma oferecer pouca reação ao organismo, mas destacou a importância de sedar o paciente. “O procedimento é necessário para que o paciente não participe do andamento da cirurgia, porque pode existir a liberação de hormônio, e isso faz com que haja uma carga de estresse, com maior sangramento”, considerou.
No entanto, o especialista avalia não ter como prever uma reação anafilática, alérgica ou hipersensibilidade da bomba cardíaca do paciente no momento da operação. “Uma das reações mais prováveis pode ter sido a anafilática ou de medicação. Nós, que fazemos cirurgia plástica, trabalhamos com risco controlado. Mesmo as de baixíssimo risco, como é o caso, não quer dizer que não tenham risco. A cirurgia em si é uma agressão controlada ao organismo”, explica.
Amigos da família disseram que os parentes estão muito abalados com a tragédia, mas que não deverão processar a clínica. Maria Conceição tinha três filhas e era moradora do Condomínio Jardins Mangueiral, em São Sebastião.