Orlando Pontes
Não existe almoço grátis. Por trás da declaração de voto de artistas sertanejos ao presidente Jair Bolsonaro (PL), feita no último dia 17, no Palácio da Alvorada, pode estar o perdão de uma dívida superior a R$ 900 milhões em pagamentos atrasados e multas de Imposto de Renda a pessoas físicas e jurídicas.
A revelação é do blog do jornalista Ricardo Feltrin, baseado em informações de uma fonte da própria Receita Federal e dos Ministérios Públicos Federais (MPFs) de São Paulo e do Ceará. As investigações começaram há sete anos.
O Brasília Capital apurou, também, que outras benesses podem fazer parte do pacote de apoio dos sertanejos à reeleição do atual presidente. Entre elas, a transformação de terras federais rurais em urbanas. Alguns delas são fazendas pertencentes aos sertanejos em estados como Goiás e São Paulo, onde os artistas pretendem construir grandes condomínios de luxo.
Relaxamento
Fontes ouvidas pelo jornalista Ricardo Feltrin dão conta de que o apoio dos artistas a Bolsonaro pode estar ligado a uma promessa futura de “relaxamento” de suas dívidas em até 90%, caso ele se reeleja.
Segundo informações obtidas pelo site de Feltrin, há também investigação sobre empresas que promovem a carreira dos sertanejos. Essas empresas, registradas em nome de procuradores, agentes, amigos, parentes, empresários e de “laranjas” dos próprios artistas, acumulam dívidas federais.
Além dos MPFs de Goiás e do Ceará, também estão envolvidos nas investigações os Ministérios Públicos de São Paulo, Rio, Paraná, Piauí, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Alagoas.