Ir para o conteúdo
Facebook X-twitter Instagram
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa

Saúde

Apneia do sono aumenta risco de Alzheimer e Parkinson

Condição atinge 1/3 dos brasileiros

  • Nathália Guimarães
  • 03/12/2025
  • 19:00

Compartilhe:

Foto: Reprodução

Ana Mendonça e Nathália Guimarães

A apneia obstrutiva do sono, muitas vezes tratada apenas como “ronco forte”, pode causar danos cerebrais e aumentar o risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. O alerta é do estudo publicado, no último mês de outubro, no JAMA Network Open. 

A condição (a apneia), que ocorre quando as vias aéreas são obstruídas durante o sono, interrompendo a passagem de ar e reduzindo a oxigenação cerebral, atinge 33% dos brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Sono.

“O principal fator causador é a obesidade. O acúmulo de gordura no pescoço e nas vias aéreas pesa sobre a musculatura. Então, a língua fica mais pesada, fecha a cavidade oral e obstrui as vias aéreas”, explica o neurocirurgião Renato Chaves. Ele acrescenta, ainda, que o uso de álcool, de sedativos e o envelhecimento favorecem o problema.

SINTOMAS – Para o especialista, a relação entre apneia e doenças como Alzheimer e Parkinson faz sentido do ponto de vista neurológico. “Um fator externo que diminui o metabolismo cerebral e faz com que a pessoa tenha suscetibilidade a novos ataques, pode ser um agravante de uma doença como a demência”, avalia. 

Segundo ele, isso também faz com que o Alzheimer se instale mais precocemente ou tenha uma progressão mais rápida. “Não só o Alzheimer, como qualquer tipo de doença. E digo mais: qualquer doença neurodegenerativa”, emenda.

Renato Chaves acrescenta que entre os sintomas que devem chamar a atenção, além do ronco intenso, estão engasgos noturnos, sonolência durante o dia, irritabilidade, falhas de memória, dor de cabeça matinal e suor noturno.

Renato Chaves: “Um fator externo que diminui o metabolismo cerebral e faz com que a pessoa tenha suscetibilidade a novos ataques, pode ser um agravante de uma doença como a demência.” Foto: Divulgação

TRATAMENTO – O neurocirurgião explica que os tratamentos para apneia do sono se dividem em classes. A primeira é a modificação do estilo de vida, que inclui a perda de peso, parar de utilizar substâncias que alteram a qualidade do sono, como diazepínicos, indutores de sono e álcool.

A segunda é o uso de Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (Cpap), equipamento que introduz oxigênio forçado nas vias aéreas. Isso faz com que a pessoa vença a obstrução, caso ela seja física. 

“Ainda existe uma forte resistência ao uso do aparelho. Mas é um preconceito. Num primeiro momento, o paciente vê o Cpap e acha que não vai ter um bom sono. Mas ele ganha tanto em qualidade de vida que rapidamente se acostuma”, afirma.

Renato Chaves aponta, finalmente, uma terceira opção para quem sofre de apneia do sono, na falha dos dois primeiros tratamentos: uma cirurgia. “Mas é bem agressiva: ela é uma remodelação da parte aérea do paciente. Por isso, mexe no palato, na úvula, retira-se o excesso de tecido para facilitar as vias aéreas, a passagem do ar.”

Evolução do CPAP facilita uso

Os avanços na tecnologia do Cpap também ajudam a explicar por que o equipamento se tornou um dos tratamentos mais eficazes para a apneia do sono. A pneumologista e especialista em sono Danielle Clímaco, membro do Conselho Administrativo da Academia Brasileira de Sono (ABS), destaca que os aparelhos atuais são menores e tecnologicamente mais precisos, o que melhora a adaptação do paciente. 

“Os equipamentos mais antigos são da época do pesquisador e médico Dr. Sullivan, que idealizou o Cpap. Eles eram maiores, não tinham tanto controle tecnológico, mas tiravam os pacientes de situações críticas, onde só a traqueostomia poderia solucionar os casos. Esses equipamentos eram muito mais manuais, barulhentos, maiores e mais pesados”, informa.

Danielle Clímaco: “Hoje nós temos muitas opções [de Cpap] à disposição, desde variação de preço, a depender da tecnologia integrada, à preferência de cada paciente.” Foto: Divulgação

A especialista ressalta que os Cpaps atuais têm possibilidades de ajustes que facilitam a adesão do paciente ao equipamento. “O usuário precisa de um período de adaptação, e uma das formas de facilitar a aceitação é o uso de rampa, que permite ajustar um tempo para a subida da pressão, ou iniciar numa pressão menor, respeitando o tempo de sono do paciente”.

Há, ainda, versões compactas, conhecidas como mini-Cpaps, que cabem na palma da mão e podem ser levadas no avião como item pessoal. Segundo a especialista, muitos pacientes já incorporaram o equipamento à rotina de viagens, levando o aparelho como bolsa de mão. “Ou seja, hoje nós temos muitas opções à disposição, desde variação de preço, a depender da tecnologia integrada, à preferência de cada paciente”.

No Brasil, os preços dos Cpaps variam de R$ 3 mil a R$ 9 mil, dependendo da tecnologia. Também há a opção de locação do aparelho, com valores a partir R$ 250 por mês.

HIGIENIZAÇÃO – Danielle Clímaco ressalta que, atualmente, as máscaras utilizadas em conjunto com os Cpaps são desenvolvidas para se ajustar melhor ao rosto e tornar o uso mais confortável. Os modelos mais modernos também permitem usar umidificador, reduzindo efeitos colaterais como ressecamento nasal. 

“Tem que ser uma água filtrada ou mineral para uso em umidificador de aparelho de Cpap. E é importante lembrar que quando não é feita a higienização adequada, pode causar algum prejuízo à saúde do paciente”, alerta.

Clímaco destaca que a eficiência do tratamento depende da adesão ao equipamento. “Por isso, não deve ser uma prescrição em receituário comum. O paciente precisa de orientação para saber qual aparelho escolher, que tipo de máscara vai ser ideal… Mas é um tratamento eficaz, que resolve todos os eventos de ronco, apneia, queda da oxigenação e, portanto, favorece o sono de qualidade, que é um pilar para a saúde”, completa.

Mounjaro também é eficaz

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do Mounjaro (tirzepatida) para tratamento da apneia do sono em pacientes obesos. Dentistas podem prescrever o medicamento, desde que haja relação direta com o cuidado odontológico e que o diagnóstico seja compartilhado com equipe multiprofissional.

A dentista do Sono e membro da ABS Renata Grinfeld explica que, hoje, o principal fator por trás da apneia do sono é o excesso de gordura no pescoço, tórax e abdômen. 

“A tirzepatida se destaca porque gera uma perda de peso muito maior do que outras medicações, muitas vezes acima de 15% do peso corporal. Essa redução expressiva melhora a passagem de ar e diminui os índices que medem a gravidade da apneia.”

Ela ainda informa que alterações na boca, face e em todo o sistema estomatognático influenciam a passagem de ar durante a noite da garganta até o pulmão. “O dentista do sono consegue identificar esses sinais, como a mandíbula mais retraída e o bruxismo, podendo tratar a apneia. Por isso, o dentista atua junto com médicos no tratamento do problema”, conclui.

Renata Grinfeld: “Hoje, o principal fator por trás da apneia do sono é o excesso de gordura no pescoço, tórax e abdômen” Foto: Divulgação

DEPOIMENTOS

Meu companheiro Cpap!

Comecei a roncar ainda jovem, na faixa dos 30 anos de idade. À época, a sinfonia noturna subia alguns decibéis nas noites – muito frequentes, diga-se – em que eu tomava umas doses a mais. 

Mas a coisa ficou séria quando comecei a beirar a casa dos 50 e ultrapassei a barreira dos 75 quilos – um sobrepeso de cerca de 6 Kg para o meu 1,69m de altura. O que antes só incomodava a quem estivesse por perto, começou a me causar problemas. 

Percebi uma queda na minha produtividade no trabalho e um certo dia cochilei ao volante: subi com o carro no meio fio e por pouco não atropelei um poste. 

Fiz, então, uma polissonografia. Diagnóstico: apneia do sono com dezenas de microdespertares durante a noite. O médico apontou dois caminhos: cirurgia ou Cpap. 

Num primeiro momento, rechacei ambos. Até que passei a sofrer engasgos. Acordava sem ar, e, certa vez, não fosse o oportuno socorro de minha mulher, acho que teria partido desta para a melhor.

Então, o medo de morrer me fez me render ao Cpap. Hoje, são quase 15 anos de convivência com a geringonça, da qual me tornei dependente. Quando viajo, é mais fácil eu esquecer a Tatiana do que o Cpap, companheiro inseparável de todas as noites. 

E ela, que antes dava plantão para me socorrer dos engasgos noturnos, ainda pode curtir o barulhinho do motor do aparelho – bem menos incômodo do que meu ronco – com direito ao ventinho que escapa pela máscara de silicone batendo na nuca. 

Não precisa nem de ar-condicionado!

Orlando Pontes

Do pesadelo ao sonho

Numa das primeiras noites em que o Orlando usou Cpap para dormir, sonhei que estava passeando numa montanha durante o inverno. Sentia frio e a sensação de estar em meio a uma nevasca. Quando acordei, percebi que o vento que saia da máscara do aparelho batia na minha nuca. Acordei rindo da cena.

Creio que este sonho ilustra bem a diferença entre o pesadelo de se dormir ao lado de uma bomba-relógio pronta a explodir a qualquer momento e a tranquilidade de se poder observar uma pessoa repousando em paz, sem o risco de “acordar morrendo” a qualquer instante.

Portanto, considero um mito alguém alegar que não busca este tipo de tratamento por causa do (pequeno) ruído que o aparelho causa, que é infinitamente menor do que um ronco agoniado de alguém que pode acordar a qualquer momento sem conseguir respirar.

Tatiana Pontes

Compartilhe essa notícia:

Picture of Nathália Guimarães

Nathália Guimarães

Colunas

Orlando Pontes

“A revolução virá da periferia, da cultura, da música”

Caroline Romeiro

Novo Marco de Sistemas Alimentares e Clima

José Matos

A escada da vida

Júlio Miragaya

5 de dezembro de 1941: a virada na 2ª Guerra Mundial

Tesandro Vilela

IA generativa muda hábitos digitais na América Latina

Júlio Pontes

Ibaneis: “investimos quase R$ 1 bi em Taguatinga”

Últimas Notícias

Um reajuste, vários pais

4 de dezembro de 2025

INSS faz mutirão de perícias no DF

4 de dezembro de 2025

Ibaneis: “investimos quase R$ 1 bi em Taguatinga”

4 de dezembro de 2025

Presidiários ajudam na limpeza após temporal em Águas Lindas

4 de dezembro de 2025

Newsletter

Siga-nos

Facebook X-twitter Instagram

Sobre

  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão impressa
  • Expediente
  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão impressa
  • Expediente

Blogs

  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade
  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade

Colunas

  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
Facebook X-twitter Instagram
  • Política de Privacidade
  • Termos de Uso

© Copyright 2011-2025 Brasília Capital Produtora e Editora de Jornais e Revistas LTDA.