Terminou sem acordo a reunião entre o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rolemberg, e o Sindicato dos Professores (Sinpro), que aconteceu na noite desta quarta-feira (11), no Palácio do Buriti, em Brasília. Em greve desde 15 de outubro, a categoria reivindica o pagamento da última parcela do reajuste concedido pela gestão anterior.
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Classificada pelo governador como “um apelo pela volta às aulas”, a reunião teve dois momentos. O primeiro foi aberto à imprensa e o segundo, a portas fechadas.
A conversa teve a presença da presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), do membro da Comissão de Justiça e Paz da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Carlos Alves Moura, e da vice-reitora da Universidade de Brasília (UnB), Sônia Báo.
Primeira reunião
Rollemberg abriu o diálogo falando sobre a dificuldade financeira enfrentada pelo GDF e citou um déficit de R$ 3,5 bilhões nas contas do governo. “Estamos diante de uma greve tratada como ilegal pelo TJDFT. É uma greve que não vai surtir efeito, pois o governo não tem condições de pagar os reajustes agora”, disse Rollemberg. “Nós estamos aqui para reiterar os compromissos assumidos, mas isso depende da aprovação dos projetos que entregamos à Câmara Legislativa.”
Ele disse lamentar o que chamou de radicalização das manifestações, que culminou com a tentativa de invasão à sede do governo na manhã desta quarta-feira, e declarou um “protesto” contra a fala de um sindicalista que afirmou continuar o movimento “mesmo que houvesse mortos”.
O diretor do sindicato Washington Dourado disse que os professores estão dispostos a encerrar a paralisação caso o ponto dos servidores não seja cortado e se for perdoada a multa aplicada ao Sinpro depois que o movimento foi considerado ilegal pelo Tribunal de Justiça. “A decisão judicial não impede que governo e sindicato cheguem a um acordo.”
A diretora do Sinpro Rosilene Correa afirmou que é difícil encerrar o movimento por causa das propostas incertas oferecidas pelo GDF. “A categoria nunca se negou a repor atividades, mas queremos retornar com dignidade, respeitados pelo papel que nós temos.” Uma nova assembleia dos professores está prevista para a manhã desta quinta (12).
Celina Leão e o deputado distrital Chico Vigilante (PT) disseram que o formato da reunião não favoreceu o debate. Durante a conversa, o petista disse ao governador que ele deve ter um diálogo com um grupo menor de pessoas e sugeriu o debate com a OAB, o secretário de Educação e representantes dos professores.
A portas fechadas
Apesar da indefinição, GDF e Sinpro saíram da segunda reunião dizendo que houve avanço na negociação. \”Nós estamos avançando, apresentaremos essa proposta com muita confiança de que encerraremos a greve amanhã\”, disse Rollemberg.
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\”Todas essas questões foram colocadas [corte de pontos, ilegalidade da greve], mas serão encaminhadas a assembleia amanhã de manhã para discussão. Tenho convicção de que ela será bem recebida na assembleia.\”
A diretora do Sinpro disse que a conversa não definiu os rumos do movimento, mas trouxe novidades. \”Somente a categoria reunida tem como decidir. O governo propôs pontos pendentes, pagamento de salários, houve disposição de discutir a reposição do calendário. Isso é um avanço que levaremos para a assembleia. Temos o compromisso do cumprimento do calendário. Diante desse compromisso e de um calendário apresentado, eles poderão realizar o pagamento.\”
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