Márcia Turcato
Mestre Jorge Benson (foto), 52 anos, é a simpatia em pessoa. Tem um sorriso de orelha a orelha e é o tio mais querido das crianças que participam de seus treinos de capoeira. Mais do que uma prática esportiva, a capoeira tem na sua ancestralidade uma história de resistência, de resiliência, de disciplina, de sabedoria e de muito amor.
Essa figura carismática e brasiliense de carteirinha nasceu Jorge Rezende Santos, em 1972, mas é conhecido na cultura da capoeira como Mestre Jorge Benson.
“Todos nós devemos assumir os riscos de nossas decisões. É preciso tomar partido nas coisas importantes para cada um de nós, adotar posições claras e ter responsabilidade para lidar com as consequências”.
Seu primeiro contato com a capoeira foi no final da década de 1970, nas ruas do Guará, e em 1984 ele começou a praticar em uma academia na Associação de Capoeira São Bento Pequeno, Angola Moderna e Regional, na QE 32, fundada em 1972 e ainda em atividade.
Em 1990, Jorge conheceu um grande Mestre de Brasília e decidiu fazer parte daquela comunidade, onde ficou até 2003. Em 2004, criou, junto com outros integrantes da escola, um novo grupo de capoeira. Em 2014, foi reconhecido Mestre de capoeira.
Pouco tempo depois, fundou a Meta Capoeira – Movimento de Estudo e Treinamento da Arte Capoeira. Há 20 anos, mestre Jorge se dedica aos ensinamentos da capoeira para crianças, jovens e adultos, aprimorando seus conhecimentos em cursos, viagens, manifestações culturais, eventos e competições no Brasil e no exterior.
Atualmente, o Mestre desenvolve trabalhos na Escola Classe 305 Sul, na Escola Britânica de Brasília, na Escola Pater Hominis (Escola Montessori), em várias academias e participa de atividades para instituições. A prática envolve a cultura lúdica, coordenação motora, concentração, equilíbrio e incentivo a uma visão sociocultural.
Projetos – Além disso, Mestre Jorge desenvolve um projeto em parceria com o Centro de Integração Empresa e Escola, o espaço Cidadania, uma unidade do CIEE dedicada a ofertar ações e serviços sócio-assistenciais gratuitos para o público em situação de vulnerabilidade e risco social e pessoal.
Ali, ele busca fortalecer a convivência social, a participação cidadã, o retorno ou permanência na escola e uma formação geral para o mundo do trabalho. O que mais o inspira é contribuir, por meio da capoeira, “com a formação de valores comportamentais e educacionais dos alunos”.
A ferramenta hoje é reconhecida como ferramenta educativa em ambientes formais e não formais, tendo um caráter transformador como prática pedagógica e política. “É uma poderosa ferramenta educativa para as escolas brasileiras” garante.
E destaca: “a capoeira é a maior divulgadora da língua portuguesa no mundo. É uma arte com história de lutas pela emancipação negra. Isto a legitima como uma manifestação cultural libertária por excelência”.
Brasília, sua linda
Viver em Brasília é um orgulho para o Mestre. Ele destaca a infraestrutura moderna e a qualidade como pontos fortes. A qualidade do comércio e dos serviços, das escolas e dos centros culturais, carregados de memórias são um grande atrativo.
“A cidade é um marco cívico, político e cultural do povo brasileiro, que atrai a atenção de pessoas de todas as partes do mundo”. Os parques também constam da lista de locais eleitos por Jorge. “Existem muitos parques para a prática de atividades físicas. A cidade possibilita contato direto com a natureza, além das cachoeiras que cercam o DF”.
Saiba+
Mestre Jorge Benson é formado em Educação Física e em Administração com ênfase em Marketing. É pós-graduado em Educação Física, Ludicidade, Recreação e Lazer e em 1ª Gerência em Gestão de Negócios com Ênfase em Marketing.