A poucos dias da abertura das Olimpíadas de Inverno, na Rússia, sob o Sol do verão carioca, a Praia de Ipanema foi escolhida neste domingo para um protesto que chama a atenção para a violência praticada contra gays naquele país. A organização não governamental Anistia Internacional colheu assinaturas de banhistas e soltou 500 balões coloridos na orla.
- Advertisement -
De acordo com o assessor de direitos humanos da campanha “Para Rússia, com amor”, Maurício Santoro, a ideia é aproveitar a atenção internacional sobre a Rússia para denunciar o problema e fazer um paralelo com a realidade brasileira. “Também vamos sediar um mega evento esportivo, a Copa do Mundo, em um momento que a homofobia ainda está presente no país”, disse.
Apesar de recentes avanços nos direitos civis da população LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e pessoas intersexo – de sexualidade ambígua), o assessor da Anistia cobra mudança na legislação brasileira para tratar como crime a violência e a discriminação contra gays, além de políticas públicas eficientes para provocar “um mudança educacional e cultural”.
“Recentemente tivemos o beijo gay no horário nobre da televisão aberta e a resposta da sociedade foi majoritariamente positiva”, disse. Para ele, a recepção ao episódio “mostra que a sociedade está em busca de abordagem mais tolerante”.
Banhistas que aderiram a campanha avaliam que a discriminação e o preconceito continuam impedindo casais do mesmo sexo de ter os mesmos direitos que os demais. “Pela falta de conhecimento, acabam reproduzindo uma séria de atitudes agressivas contra nós, em ônibus, bares e restaurantes”, citou Maicon Carvalho de Souza, que estava na praia com o companheiro.
As assinaturas recolhidas no Brasil, pela Anistia Internacional, serão entregues ao embaixador da Rússia, Sergey Pogóssovitch Akopov, durante uma audiência com a entidade na próxima quinta-feira (6), em Brasília. A ação se somará a uma série de protestos organizados por escritórios da Anistia em todo o mundo contra a violência à gays e à ativistas de direitos civis naquele país