Elas se encontram para trocar conhecimentos sobre ele, comentar suas características, analisá-lo (cor e aroma) e, por fim, degustá-lo. São as Amigas do Vinho, um grupo de mulheres que se reúne para vivenciar cada vez mais o deus baco. São servidoras públicas, fotógrafas, jornalistas, advogadas, juízas, donas de casa, executivas e tantas outras profissionais, de idades diversas e de origens diferentes que descobriram um amor comum: o vinho.
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\”Nosso principal objetivo é reunir as amigas, conversar, beber despretensiosamente, comer e apreciar a vida. O gosto pelo vinho nasce naturalmente e aquelas que se interessam são bem-vindas\”, afirma Rachel Alves. A paixão pela bebida é tanta que a professora de enogastronomia e servidora pública tem em sua casa uma grande adega.
As confreiras, segundo Rachel, fazem cursos, participam de degustações e palestras e assim se mantêm atualizadas. “Temos cursos periódicos, com aulas teóricas e práticas, e degustações, onde todo o aprendizado é lembrado”, diz a professora, que atua na área há mais de 15 anos.
História –A Confraria Amigas do Vinho foi fundada há dez anos, no Rio de Janeiro. \”O objetivo principal é apreciar a bebida em encontros mensais descontraídos. Falamos sobre a bebida e outros assuntos de interesse do grupo”. Esses encontros, na maioria das vezes, são temáticos, explica a presidente da Seção Brasília, fundada em 2005, hoje contanto com a participação de cerca de 50 mulheres. Na Confraria Amigas do Vinho não se cobra adesão. A única exigência é a maioridade: 18 anos.
A confreira Luciana Moreira diz que “gosta de sentir o vinho, descobrir os diversos aromas e, principalmente, desfrutar da socialização que acontece em torno de uma garrafa de vinho”. Uniu-se ao grupo em 2006, e desde então se diz feliz por ter conhecido pessoas de diversas tribos, com culturas diferentes, com quem se pode aprender sempre.
Daniela Nilson, outra confreira, conta que “os encontros são enriquecedores, porque, além de conhecer e saborear vinhos de diferentes vinícolas, os encontros acontecem em restaurantes diferentes, favorecendo a formação de novas amizades. A cada encontro uma confreira traz outra amiga, e assim vamos conhecendo outras pessoas com histórias diferentes”.
Troca de Conhecimento – Nem todas são levadas por amigas. De volta ao Brasil, depois de trabalhar com vinhos em Nova York, Renata Beier achou as Amigas do Vinho na internet e se juntou ao grupo. Na confraria, pretende continuar a trocar experiências com outras mulheres apaixonadas por essa bebida e, acima de tudo, fazer novas amizades. Outra novata no grupo é Rosirene Aires, que está encantada com a atuação do grupo.
A confreira Neiva Moura nasceu no Rio Grande do Sul e sempre teve contato com o vinho. Na Confraria, segundo ela, desfruta-se, além da amizade, do conhecimento sobre a bebida. “Não é verdade que se sabe tudo sobre vinho, porque ele é produto vivo, está sempre mudando e a cada encontro conheço mais um diferente”, explica . Neiva já fez palestras em encontros para outras confreiras e se diz atuante nos encontros.
“O mais interessante depois de entrar na Confraria é que passei a ser considerada a expert no assunto, mesmo não sendo, e sempre sou convidada a escolher o vinho e a abrir as garrafas,” afirma Walesca Borges. A presidente do Candango Fotoclub, Gisele Porcaro, afirma que além de aprender sobre a bebida, passou a buscar novos horizontes, novas viagens, sempre pensando nos vinhos. Nas diversas passagens por vinícolas, aproveita para clicar tudo o que vê.
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\”Somos mais de oito mil mulheres no Brasil, com seções estaduais presididas por mulheres apaixonadas por vinhos, sem pró-labore, sem qualquer tipo de comércio. Tudo por paixão pelo vinho\”, informa a fisioterapeuta e sommelière Eliane Simões. Ela foi incentivada pela amiga e ex-professora Rachel, com quem visitou vinícolas da África do Sul ao Uruguai, da Europa à Califórnia, e aprendeu o caminho do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul.
Internet – Mas a que se deve esse sucesso na mobilização de mulheres apaixonadas por vinho? “Sem dúvida a internet impulsionou nosso crescimento”, afirma a jornalista e enófila Liz Elaine Lôbo, hoje responsável pela FanPage da Seção Brasília da Confraria. Mas é mesmo o interesse e o gosto cada vez maior que o vinho desperta nas pessoas que as motiva e as mobiliza para compartilhar conhecimento e prazer. “A cada dia, vemos que mais pessoas, não só as mulheres, lêem nossos posts, fazem contato e também encaminham dicas sobre vinhos para divulgação entre as confreiras”, garante Liz Elaine.