Estudantes da rede pública de ensino poderão ter, em 2020, o Contraturno Digital, uma plataforma de Ensino à Distância (EAD) que ofereça cursos de língua, exercícios e lições de cultura para complementar o conteúdo dado em sala de aula. O projeto deve começar por alunos do Ensino Médio, que se preparam para o vestibular.
Para isso, cada aluno terá um tablet, que será comprado ou alugado. No equipamento, os estudantes poderão aprender idiomas, como inglês, espanhol e francês, e fazer exercícios de gramática ou leitura, que funcionem como um reforço escolar.
Atualmente, 79.741 estudantes estão matriculados na rede pública nas três séries do Ensino Médio, segundo o Censo Escolar de 2018. “Também é uma forma de despertar o interesse dos jovens para o mundo tecnológico, criar neles a vontade de abrir uma startup, por exemplo, porque hoje em dia fazer faculdade não é garantia de nada”, ressaltou o governador Ibaneis Rocha (MDB).
Trabalho conjunto – A ideia é lançar o programa para testes nas férias escolares para que esteja em pleno funcionamento no início do ano letivo em 2021. Os tablets serão monitorados para que a Secretaria de Educação tenha acesso a relatórios que mostrem o tempo que cada aluno ficou nos computadores e quais atividades ele acessou.
Em reunião com o secretário de Educação, João Pedro Passos, e o secretário-adjunto de Ciência e Tecnologia e Inovação, Gustavo Álvares, Ibaneis pediu que as pastas trabalhem juntas na elaboração do programa.
Também participaram da reunião o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF), Alexandre André dos Santos, o presidente do Parque Tecnológico de Brasília (BioTIC), Gustavo Dias, e o presidente do Banco de Brasília, Paulo Henrique da Costa.
FNDE – O governador também se reuniu com o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Rodrigo Sérgio Dias, em busca de recursos que possam financiar o Contraturno Digital e outras iniciativas que visam melhorar o ensino público da capital.
Segundo Ibaneis, a ideia é transformar a rede pública em referência para o País, como o custeio das escolas com a gestão compartilhada com a Secretaria de Segurança Pública, o transporte escolar e a oferta de vagas em creches.
Por sugestão do presidente do FNDE, o governo federal e o GDF vão criar um grupo de trabalho para discutir, juntos, a elaboração de projetos que possam ser financiados com recursos repassados pelo Fundo, a prorrogação e a alteração de convênios.
“Até o final de 2021 quero zerar a demanda por creches e ter todas as crianças matriculadas em escolas. Estamos elaborando um cartão-creche para dar ao pai para que ele possa matricular o filho na creche que ele quiser”, afirmou o governador.
“Manter uma criança matriculada na iniciativa privada é muito mais barato para o governo que construir creches públicas”, ressaltou. Segundo ele, cada cartão teria um crédito de cerca de R$ 800 mensais.
Outra ideia do chefe do Executivo é a criação do cartão-esporte, nos moldes do cartão-material escolar, que ajude os pais a pagar uma academia, aulas de natação ou uma escolinha de futebol para crianças matriculadas na rede pública. O BRB fará os estudos para viabilizar o cartão.