Caroline Romeiro (*)
Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento expressivo no consumo de alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, legumes, cereais integrais e leguminosas.
Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que essa tendência acompanha uma maior conscientização da população sobre os impactos da alimentação na saúde e no bem-estar.
Movimentos populares, diretrizes como o Guia Alimentar para a População Brasileira e o avanço das políticas públicas têm contribuído para colocar ‘comida de verdade’ na mesa dos brasileiros.
Infelizmente, junto ao interesse crescente por hábitos alimentares mais saudáveis, cresce também a desinformação. As redes sociais têm sido palco de discursos simplistas e até perigosos, que muitas vezes desvalorizam o conhecimento técnico da nutrição.
Termos como “detox”, “sem glúten” ou “alimentos que curam” circulam sem contexto ou respaldo científico, criando mitos e promovendo práticas que podem prejudicar a saúde.
Especialistas alertam para o chamado “terrorismo nutricional”, que transforma a comida em vilã ou salvadora, sem considerar a complexidade do ato de comer.
Esse cenário evidencia a importância da atuação de nutricionistas como fonte segura e ética de orientação alimentar. É esse profissional que avalia de forma individualizada as necessidades nutricionais de cada pessoa, respeitando sua cultura, condição de saúde e rotina.
O crescimento da procura por alimentos naturais é uma oportunidade para reforçar que comer bem não se resume a modismos, mas, sim, a escolhas equilibradas, acessíveis e sustentáveis, com base em ciência e responsabilidade social.
Com o objetivo de enfrentar o avanço da desinformação na área da saúde, o Conselho Federal de Nutrição (CFN) lançou, em 2025, a campanha “Combate à Desinformação na Saúde”.
A iniciativa busca orientar a população sobre os riscos de conteúdos falsos e não científicos, especialmente no campo da nutrição.
As ações incluem publicações com sinal de verificação e reforçam o papel estratégico dos nutricionistas na promoção da saúde pública e no acesso à informação de qualidade.
(*) Mestre em Nutrição Humana e doutoranda em Ciências da Saúde
Instagram: @carolromeiro_nutricionista