Nos últimos vinte dias, vivi, juntamente com meus filhos Gabriel e Júlio, a experiência de produzir e lançar os livros “Balada para Urbano e Outras Narrativas” e “O Menino que Tinha Medo de Gente”. Em comum, o fato de seus autores, Mario Pontes e Fernando Pinto, há muito terem ultrapassado a barreira dos 80 anos de idade cronológica. Mario completou 83 em março e Fernando vai atingir os 90 em 20 de novembro.
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Jornalistas aposentados, ambos são notáveis intelectuais. Almoçamos juntos no dia 26 de agosto, data do lançamento de “Balada para Urbano”, ocorrido à noite, no Martinica Café (303 Norte). Durante o almoço, eles recordaram os velhos tempos em redações como as revistas Manchete, O Cruzeiro, os jornais Última Hora e Jornal do Brasil, além de passagens por outras empresas não menos importantes, como a Editora Vozes. E eu bebi toda aquela sabedoria.
Na terça-feira (8), foi a noite de autógrafos de “O Menino que Tinha Medo de Gente”. Fernando Pinto pôde constatar o quanto é querido por essa gente de Brasília, cidade à qual ele declara seu infinito amor, inclusive em adoráveis crônicas publicadas semanalmente neste Brasília Capital. Mais de uma centena de amigos e admiradores lotaram o Carpe Diem (104 Sul). Foi bonito perceber que, a cada dedicatória, o autor cochichava ao ouvido do convidado: “hoje é aniversário da Ledinha”.
Lêda Maria é sua companheira há 44 anos. E este “pequeno detalhe” de que comemora a data natalícia em 8 de setembro foi suficiente para explicar o que tanto estressou Fernando nos quinze dias que antecederam o evento. Ele queria, com o lançamento da obra de 480 páginas, homenagear sua bem-amada. Parabéns, portanto ao casal. A ela pelo aniversário e a ele pela qualidade do presente ofertado.
Mario desembarcou em Brasília no dia 20 de agosto. Não por acaso. Naquela data, se vivo estivesse, nosso pai, Mundico Pontes, nascido em 1902, completaria 113 anos. Brindamos à memória do velho. E uma semana depois os leitores foram presenteados com “Balada para Urbano”.
Espero que Gabriel e Júlio tenham aprendido, como eu aprendi, o quanto pode ser produtiva e dinâmica uma pessoa com 80 ou mais. Mario e Fernando, com sua dedicação ao trabalho que concluíam, nos ensinaram que é possível um octogenário ter o vigor e a excitação de um adolescente, mesmo diante das limitações físicas e das doenças inerentes ao envelhecimento de nosso corpo físico. Basta encontrar uma motivação para renovar a cada dia a vontade de viver e fazer a coisa certa.
Muito obrigado a esses maravilhosos octogenários adolescentes!