Quatro anos depois de pedir afastamento do cargo para se defender de um boato que jamais se confirmou, o empresário Ruben Ferreira da Costa pode retornar à Administração de Águas Claras “nos braços do povo”. Rubinho, como é conhecido na cidade, é o preferido das entidades representativas da comunidade para a função. Seu nome foi encaminhado para a equipe de transição e está sobre a mesa do governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB).
Em 2010, o governador Agnelo Queiroz (PT), por indicação do deputado distrital Chico Leite (PT), nomeou o presidente da Associação de Moradores, José Júlio de Oliveira, como primeiro administrador de Águas Claras em sua gestão. No entanto, José Júlio entrou em rota de colisão com seu padrinho político, e acabou demitido. Rubinho foi o sucessor.
Ao promover algumas demissões e remanejamentos de servidores, se viu enredado num boato de que teria assediado sexualmente uma funcionária. Procurou Agnelo e o secretário de Governo, Swendenberg Barbosa, para explicar a situação. Como não foi recebido por nenhum dos dois, orientou-se com advogados, que o aconselharam a pedir afastamento para se defender. Entretanto, jamais houve qualquer denúncia formal.
Querido na sociedade local, Rubinho acabou eleito, em 2012, presidente do Conselho de Segurança da cidade, órgão do qual só podem participar pessoas comprovadamente ficha limpa. Naquele mesmo ano, fundou a Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac). Ele participa, ainda da Associação Comercial e Industrial (Aciac) e tem declaração de apoio de entidades, como o movimento das mulheres e o Acorda Águas Claras.
Essas entidades têm em comum intensa atuação nas redes sociais. É por meio delas que as declarações de solidariedade ao nome de Rubinho se multiplicam. Nomes de peso na cidade estão engajadas na indicação do empresário, como o atual diretor do DFTrans, Jair Tedeschi, e o dono das Indústrias Metalúrgicas Rossi, Gilberto Rossi.
Rubinho coordenou, voluntariamente, a campanha de Rodrigo Rollemberg em Águas Claras, onde o governador eleito obteve expressiva votação, especialmente no segundo turno, contra Jofran Frejat (PR). Atuou, além da parte vertical da cidade, no Areal e na colônia Agrícola Vereda da Cruz. Foi nessas áreas, também, que a deputada distrital eleita Telma Rufino (PPL) obteve seu melhor desempenho nas urnas deste ano. Por isso, ela reivindica o direito de indicar o administrador da cidade.
Caberá ao governador eleito, portanto, conciliar os interesses políticos do governo e de Telma Rufino e a preferência da comunidade. “Independentemente da escolha de meu nome, continuarei trabalhando por Águas Claras, como sempre fiz. Meu amor pela cidade vai muito além de cargos políticos. Tenho a consciência tranqüila e paz de espírito. Estou pronto para as novas batalhas”, escreveu Rubinho em uma nota de esclarecimento que publicou na página da Amaac no Facebook.