- Advertisement -
Rollemberg prevê primeiro ano com dificuldades no caixa. Rombo chega a R$ 3,5 bilhões
O caos nas contas públicas é o primeiro grande desafio do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Um levantamento da nova equipe econômica do GDF apontou um déficit de R$ 3,5 bilhões ao final de janeiro. Por isso, os salários de 117 mil servidores da saúde e da educação não têm data para serem pagos. A herança de Agnelo Queiroz (PT) para Rollemberg foi uma dívida de R$ 3,1 bilhões, que não para de crescer. Para equilibrar as contas não são descartados aumentos nos impostos e na passagem de ônibus.
“Isso não será solucionado em um prazo curto. Teremos muitas dificuldades para resolver esse déficit. É preciso entender que se trata de um déficit muito grande e que a situação é crítica”, afirmou o secretário de Fazenda, Leonardo Colombini. Segundo a equipe econômica, nem com a previsão de receita de R$ 2,093 bilhões em janeiro o quadro se reverte, já que as contas a pagar este mês já estão na casa dos R$ 2,445 bilhões.
Para resolver a crise, Rollemberg está tentando negociar aportes financeiros com o governo federal. Ele foi o único governador presente na posse do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Lá, conversou com o novo mandatário da pasta que pode aprovar a antecipação de R$ 412 milhões referentes à segunda parcela do Fundo Constitucional. Caso autorizado por Levy, o repasse seria usado para quitar os salários atrasados.
Outra saída seria reajustar os impostos e aumentar a passagem de ônibus, como já aconteceu em São Paulo e no Rio de Janeiro. O aumento dos tributos é visto com cautela pela equipe econômica socialista. “Não se pode aumentar imposto para o próprio ano vigente. Em uma semana é difícil ter um diagnóstico concreto, mas as medidas terão que vir”, avisou o secretário de Fazenda. “Não digo que vai ter aumento de impostos, mas talvez uma revisão da forma de acompanhamento das empresas, no Imposto sobre Serviços (ISS)”, ponderou.
Subir o preço das passagens de ônibus é mais delicado, já que atinge diretamente o bolso do cidadão, e o histórico mostra que as altas nos preços do transporte costumam acarretar revoltas populares (vide junho 2013). Porém, o cenário indica que o dia de inflacionar o preço está chegando. Em São Paulo a tarifa subiu de R$ 3 para R$ 3,50, no Rio de Janeiro foi para R$ 3,40. Em Porto Alegre, o prefeito José Fortunati deve anunciar um reajuste de 15%. Brasília atualmente tem a tarifa mais barata do país – a partir de R$ 1,50 – e os preços estão congelados há nove anos. Mas ainda não há previsão de alta.
O secretário de Mobilidade Urbana do DF, Carlos Henrique Tomé, não descarta o aumento nas tarifas do transporte coletivo, mas afirma estar estudando o caso. “Ainda precisamos calcular qual o valor ideal. Estamos fazendo estudos técnicos que podem indicar que o preço pode se manter ou pode ter um aumento”, disse.