Agentes penitenciários do Rio de Janeiro deram início a uma paralisação na madrugada desta terça-feira (17). Além de estarem com o salário de dezembro e com o 13º salário atrasados, os agentes reivindicam a melhoria das condições de trabalho, já que os presídios estão superlotados e não houve aumento de efetivo. A informação é do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que possui um plano de segurança para manter a rotina das unidades prisionais, mas não deu detalhes sobre esse plano e não informou qual foi a adesão dos agentes penitenciários à paralisação até a manhã desta terça.
Uma das medidas dessa paralisação é não permitir que os parentes entrem para visitar os detentos. Como mostrou o Bom Dia Rio, às 6h já havia uma grande fila na frente do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, já que esta terça-feira é dia de visita.
A paralisação deve durar até a próxima segunda-feira, quando uma nova assembleia será feita. Por enquanto, só será mantido o fornecimento de alimentação, o cumprimento dos alvarás de soltura e a saída de presos para atendimento médico.
O chefe do Estado Maior da Polícia Militar enviou um comunicado para os PMs em que diz que \”considerando que os reflexos da paralisação elevam o grau do medo e inquietação da população\”, ele orienta a corporação a \”se fazer presente como garantidora da tranquilidade pública”.
Polícia Civil faz paralisação de 72 horas
Em uma assembleia realizada na noite de segunda-feira (16), na Tijuca, Zona Norte do Rio, dezenas de policiais civis participaram da votação que decidiu dar início a uma paralisação que deve durar 72 horas.
Representantes dos sindicatos da Polícia Civil, dos delegados e dos peritos também estiveram na reunião. No Instituto Médico-Legal (IML), deve ser mantido apenas o atendimento aos casos considerados emergenciais.
“Estamos com as nossas verbas de natureza alimentar todas fora de prazo. Não há condições, não existem condições da Polícia Civil, hoje, se movimentar. O policial civil, hoje, se vê impossibilitado, não se vê de outra maneira, como foi decidido em assembleia, de tomar outra atitude que não seja a paralisação nos seguintes termos: em respeito à nossa população, ao nosso cidadão, as atividades essenciais serão respeitadas, que é o crime com violência, roubo de comunicação do veículo, os flagrantes, comunicação de roubo de veículos, e os crimes violentos”, explicou Fábio Neira, presidente da coligação dos policiais civis.
Na manhã do último sábado, os policiais civis já tinham feito uma paralisação. As delegacias não fizeram nenhum registro ou serviço por quatro horas e, em seguida, eles começaram a \”Operação Basta\”, em que registram só flagrantes e crimes graves.