Causa estranheza entre alguns militantes e dirigentes do PR a postura do líder do governo na Câmara Legislativa. Eles cobram de Agaciel Maia uma definição – se apoiará a reeleição de Rodrigo Rollemberg (PSB) ou se ficará no palanque oposicionista de seu correligionário Jofran Frejat.
Independência
Mas isso não abala Agaciel. Ele garante que tudo foi acertado com a direção nacional do PR – que informou à regional – antes de ele assumir a liderança do governo. Pelo combinado, o distrital teria independência para apoiar ou não os projetos do Executivo. “Não estou ajudando este ou aquele governo. Meu compromisso é com Brasília”, afirma.
LRF
Àqueles que o pressionam, Agaciel tem a resposta na ponta da língua: “Se estou sendo bom para o atual governo, serei melhor ainda para os futuros”. Ele lembra que, em 2015, quando decidiu ajudar Rollemberg, o DF figurava entre as cinco piores unidades da Federação quanto ao cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), junto com Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Minas Gerais.
Equilíbrio
“Hoje, estamos entre as cinco melhores”, comemora. Ele cita o equilíbrio do orçamento do Estado como condição para a realização de concursos públicos e convocação de concursados.
Fiel
O deputado, no entanto, garante que permanecerá no PR: “Sempre estarei do lado do meu partido”. Mas aguardará até o último instante. Somente após a realização das convenções e formação das coligações para outubro – o que ocorrerá de 5 de julho até 5 de agosto – Agaciel decidirá se pedirá afastamento da liderança do governo.
Escola
E deixa claro: “Se me chamarem para ajudar, estou pronto. Mas não contem comigo para desconstruir. Minha escola política não é esta”.
Desembarque
O distrital Bispo Renato Andrade garante não ter cargos na estrutura do Buriti, tampouco o federal Laerte Bessa. Não é o caso de Agaciel, que indicou vários aliados para funções no Executivo, que poderá perder caso saia da base de apoio.
Maluca
Bispo Renato afirma que o PR nunca foi base governista na Câmara, apesar de Agaciel ser líder do governo. Isto, para ele, cria uma situação que classifica de “meio maluca”. “É estranho. Mas o compromisso do Agaciel, quando as coisas fluírem, é caminhar com Frejat”, diz.
Craque
Na sua avaliação, o correligionário acabou líder governista porque Rollemberg não tinha pessoas capacitadas para apoiá-lo. “Agaciel é um craque”, elogia. Bispo Renato destaca que houve momentos em que o PR votou a favor do governo, noutros contra. E que isso é normal porque o partido observa os benefícios à população. “Se o PR não ajudasse, a situação no DF seria pior”.
Oposição
Bispo Renato salienta que ele próprio foi líder da oposição, para reforçar que o partido nunca foi da base de apoio. “O governo sempre teve a consciência de que temos candidato ao Buriti”, acentua, referindo-se a Frejat.