Walberto Maciel
As eleições da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estão marcadas para novembro deste ano. Na seção do Distrito Federal, o debate para a formação de chapas já começou. Mas um grupo de veteranos independentes, que não se alinha com as duas forças tradicionais locais, já pensa em impugnar o pleito.
“Alguns desavisados estão querendo colocar o carro adiante dos bois, e isso não vamos aceitar. Somos 80 mil advogados no DF. Por que 200 ou 300 profissionais vão definir como será a eleição. Está errado”.
O desabafo é de Ennio Bastos, um dos decanos da advocacia brasiliense que não concordam com a divulgação de chapas e nomes de possíveis candidatos a dirigir a entidade sem que, antes, haja um debate democrático.
Ennio Bastos se apresenta como coordenador geral do grupo intitulado “OAB-Ressuscita-Já”. Para ele, os primeiros que têm que respeitar as leis e os prazos regimentais são os advogados. “Não é admissível que qualquer profissional do Direito, principalmente sendo o presidente da Ordem, venha falar, neste momento, em chapas e candidatos ao pleito de novembro”, reclama.
Bastos diz ter “grande respeito e amizade” por Délio Lins, atual presidente da OAB-DF. Mas não aceita que o processo eleitoral sofra violações. “Falta combinar com os outros 79.800 advogados da cidade. Tudo isso tem prazos. Não tem como colocarem o bloco na rua agora. Precisamos debater, fazer uma avaliação de como está funcionando a OAB-DF como entidade nos últimos anos”.
O advogado defende que as eleições para a OAB sejam diretas e não por um Conselho, como acontece atualmente, e que as chapas e prováveis candidatos sejam apresentados no momento certo, sob pena de impugnação da eleição por campanha antecipada e fora de época.
Inércia – Embora com postura, discurso e propostas de candidato, Bastos não crava que pretenda concorrer à sucessão de Lins: “Não existe candidato de si mesmo. Nós temos que realizar sessões plenárias para debater o papel da OAB, que vem sendo vilipendiado no DF e em nível nacional”, disfarça.
E questiona: “Qual é o grande movimento que a OAB fez nos últimos seis anos?”. Ele mesmo responde: “Não tem. Não em nível local e muito menos nacional. A OAB se acovardou durante todo o governo Bolsonaro e no governo local”, disse o advogado.