O administrador de Taguatinga, Marco Aurélio Bessa, pode ser exonerado a qualquer momento, a pedido do seu próprio “padrinho” político, deputado distrital Washington Mesquita (PTB). Embora Mesquita negue, tudo indica que o motivo de sua insatisfação com Bessa seja o fato de o administrador ter cumprido determinação do Ministério Público do DF e Territórios de anular todo o processo de licenciamento da obra do Shopping JK, desde a aprovação dos projetos.
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A orientação do MPDFT foi dada após a análise das provas obtidas durante a Operação Átrio, deflagrada no dia 7 de novembro do ano passado pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Deco), da Polícia Civil. Na ocasião, acabaram presos os ex-administradores de Taguatinga, Carlos Jales, e de Águas Claras, Carlos Sidney.
À revelia de Mesquita, Bessa mandou publicar, no dia 16 de abril passado, a Ordem de Serviço nº 43/2014, anulando todo o processo de licenciamento da obra do Shopping JK. Com isso, o empreendimento, de propriedade do empresário e ex-vice-governador Paulo Octávio (PP), está funcionando totalmente irregular.
Revoltado, Washington Mesquita cobra do governador Agnelo Queiroz (PT) a exoneração de Bessa. O deputado confirma a intenção de “cortar a cabeça” do administrador e que, para isso, solicitou audiência, “até sexta-feira (26)”, a Agnelo. Mas não admite que a real motivação seja a publicação da OS 43/2014. “Taguatinga está abandonada e esburacada. A comunidade está insatisfeita com a atual gestão na Administração”, diz ele.
Além do MPDFT, a Procuradoria Geral do DF, a Agência de Fiscalização (Agefis) e a Secretaria de Transparência e Controle – órgãos do próprio governo – já tinham emitido vários ofícios para a Administração de Taguatinga recomendando o cancelamento de todas as licenças e projetos aprovados em favor do Shopping JK, alegando que a construção está eivada de irregularidades.
Mesmo fazendo o que é certo e amparado por vários laudos técnicos, Bessa, que é funcionário de carreira da Agefis, pode retornar precocemente à sua função original. Talvez assim, como fiscal, tenha mais poder para fazer cumprir a lei.
Procurado pela nossa reportagem, o, ainda, administrador de Taguatinga disse que não sabe se será exonerado, pois tal decisão cabe, exclusivamente, ao governador. No entanto, disse que emitirá uma “nota oficial” na próxima segunda-feira (28).
O chefe da Casa Civil do GDF, Swendenberg Barbosa, procurado pela reportagem, informou, por meio de sua assessoria, que a Diretoria de Análise e Aprovação de Projetos – DIAAP não tinha competência para analisar o processo do Shopping JK. Porém, a DIAAP considerou que seria melhor devolver o processo para a Administração Regional, que o encaminhou para a Procuradoria Geral do DF e para a Secretaria de Transparência e Controle. Ambas identificaram algumas irregularidades nas liberações de alvarás e licenciamento.
O processo, então, foi devolvido para a Administração de Taguatinga, que emitiu a Ordem de Serviço e solicitou a publicação no Diário Oficial.
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Sobre a possível exoneração do atual administrador, a assessoria da Casa Civil disse desconhecer o assunto.