Tersandro Vilela (*)
A inteligência artificial (IA) está passando por uma evolução sem precedentes, entrando em sua terceira onda de desenvolvimento. Essa nova fase é impulsionada por agentes autônomos, sistemas avançados capazes de executar tarefas complexas com mínima ou nenhuma intervenção humana. Essa transformação promete revolucionar setores inteiros e definir o futuro do trabalho digital.
Nas fases anteriores, a IA operava dentro de sistemas baseados em regras. Posteriormente, adotou o aprendizado de máquina, dependendo de grandes volumes de dados para identificar padrões e fazer previsões. Agora, a IA está se tornando mais autônoma e proativa, reduzindo a necessidade de supervisão humana.
No setor de telecomunicações, por exemplo, estima-se que mais de 40% das interações com clientes sejam totalmente automatizadas até o próximo ano, usando inteligência artificial para otimizar operações e melhorar a experiência do consumidor.
IA agêntica: a nova aposta das big techs
A ascensão dos agentes autônomos também está transformando o mercado de tecnologia. A Amazon Web Services (AWS) criou um grupo de pesquisa dedicado à inteligência artificial agêntica, explorando formas de automatizar processos para empresas e usuários finais.
Essa movimentação reforça a crescente importância dos agentes de IA nas estratégias das grandes corporações de tecnologia, que veem nesses sistemas um novo paradigma para eficiência e inovação.
A adoção desses agentes inaugura um novo modelo de trabalho digital, onde multitarefas de alto valor são executadas de forma fluida e estratégica. Em vez de apenas auxiliar, a IA assume tarefas completas, otimizando processos e permitindo que profissionais se concentrem em atividades mais criativas e estratégicas.
Crescimento exponencial da IA generativa
A consultoria Gartner prevê que, até 2026, mais de 80% das empresas terão implementado modelos de IA generativa ou desenvolvido aplicações baseadas nessa tecnologia. Esse crescimento acelerado indica que as organizações estão confiando cada vez mais na capacidade da IA de gerar conteúdo, tomar decisões e automatizar operações em larga escala.
Especialistas apontam que a terceira onda da IA é impulsionada pelo avanço dos modelos de fundação e pela crescente adoção de arquiteturas híbridas de inteligência artificial, permitindo aplicações mais flexíveis e escaláveis. A mudança de foco agora está na aplicação prática desses modelos, trazendo benefícios concretos para negócios e consumidores.
Os desafios e o futuro da IA autônoma
Apesar das vantagens, a terceira onda da inteligência artificial também traz desafios significativos. Para que os agentes autônomos operem de forma eficaz e segura, é necessário construir uma infraestrutura robusta, garantindo que as empresas estejam preparadas para integrar essas soluções sem comprometer a segurança da informação.
A gestão eficiente de dados será um fator determinante para o sucesso desses sistemas. À medida que a IA se torna mais autônoma, surgem questões sobre governança, transparência e responsabilidade, exigindo regulamentações mais claras para evitar riscos como vieses algorítmicos, uso indevido de dados e decisões automatizadas prejudiciais.
(*) Jornalista pós-graduado em Filosofia, especialista em Liderança: gestão, resultados e engajamento e mestrando em Inovação, Comunicação e Economia Criativa