O caos na saúde pública do Distrito Federal atingiu seu nível máximo: há três anos, a população pena para conseguir atendimento nos hospitais e unidades básicas de saúde. Foram dois anos e meio de estado de emergência, milhares de mortes evitáveis, ataques constantes aos servidores, descasos com cidadãos usuários e até apropriação imoral da previdência. E nós, como cidadãos, não devemos e nem podemos banalizar o absurdo. Por isso, queremos aproveitar essa oportunidade, dos nossos encontros semanais por meio deste artigo, para trazer a vocês, leitores, uma proposta de resgate do SUS-DF: o movimento Saúde Agora.
O projeto, que precisa, essencialmente, da participação da população do DF, nasceu a partir das visitas de alguns representantes do Sindicato dos Médicos a hospitais e unidades de saúde e das inúmeras denúncias que recebemos nestes locais. Nessas idas, percebemos que estão todos exaustos: pacientes e servidores. Todos clamam por mudança. E, juntos, podemos fazer isso: mesmo que o governo continue inerte, apenas assistindo ao sucateamento da saúde pública.
E como vamos resgatar o SUS-DF? Com união e coragem. O movimento Saúde Agora é basicamente isso. Primeiro, além de ser resultado das denúncias dos cidadãos, ele também é fruto da união de entidades médicas, sindicais, cidadãos usuários e veículos de imprensa. Todos em prol de um único objetivo: acabar com os absurdos dentro da rede pública de saúde. Não podemos mais aceitar, por exemplo, o que aconteceu ao longo desta semana, com a greve dos vigilantes, quando dois homens invadiram a UPA de Ceilândia e agrediram funcionários do local. Isso não é normal. E coloca em risco a vida de todos.
Não podemos aceitar o desmonte elaborado do SUS-DF: primeiro, com a mudança imposta na Atenção Primária, uma política que em nada melhorou o atendimento aos pacientes. Pelo contrário. Há relatos de desvio de função médica para áreas burocráticas, como se a quantidade desses profissionais já não fosse insuficiente, e também de descontinuidade de programas em andamento nas unidades básicas de saúde.
E o Instituto Hospital de Base? Outra notícia fake de Rodrigo Rollemberg e do secretário de Saúde, Humberto Fonseca. Assim como a Atenção Primária, o atual governo vai tentar, com números no mínimo duvidosos, defender que o projeto transformou a vida dos pacientes da unidade. Só se for para pior. Porque, até o momento, a suposta conversão não saiu do papel. Inclusive, é bom lembrar, no início deste mês estava faltando até lençol no local.
Não precisamos de modelos novos. Precisamos resgatar a saúde pública. Discursos e propagandas não levarão o SUS-DF adiante. Vamos mudar de verdade. Nos hospitais, nas unidades de saúde, na vida dos pacientes e dos servidores. A solução é Saúde Agora! Enviem-nos denúncias e propostas de melhoria por meio do nosso site, Facebook e WhatsApp. Vamos, juntos, lutar pela saúde do DF.