Ir para o conteúdo
Facebook X-twitter Instagram
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa

Artigo, Distrito Federal, Política

A organização do DF e os atos golpistas de 8 de janeiro

  • J.B. Pontes
  • 28/03/2023
  • 07:30

Compartilhe:

Bolsonaristas terroristas geraram caos em Brasília em uma tentativa de golpe

Bolsonaristas terroristas geraram caos em Brasília em uma tentativa de golpe

J. B. Pontes (*)


O atual Distrito Federal foi criado pela lei 2.874/56 para abrigar a sede do governo federal. Portanto, trata-se de uma unidade federativa instituída com finalidade específica e, por esse motivo, tem características peculiares e distintas dos estados brasileiros.


Os prefeitos do DF que, a partir de 1969, passaram a ser denominados de governadores, eram indicados pelo Presidente da República. E assim foi administrado o Distrito Federal até a promulgação da Constituição de 1988, quando o chefe do Executivo local passou a ser eleito e foi criada a Câmara Legislativa. Apesar disso, o DF continuou sendo uma unidade da federação diferenciada. Por exemplo, a sua organização foi promovida por uma Lei Orgânica e não por uma Constituição como ocorreu com os estados.


A nova forma de organização e administração do DF promovida pela Constituição de 1988 pode ter contribuído para possibilitar os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando radicais bolsonaristas invadiram, depredaram e assaltaram as sedes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.


A omissão e falhas de atuação das forças de segurança do DF sem dúvida contribuíram ou facilitaram a invasão, depredação e assalto aos prédios públicos. Registre-se que, naquele momento, o governador Ibaneis Rocha, vinculado a um partido de oposição ao Presidente da República, apesar das ponderações de muitos, indicou para secretário de Segurança Pública o ex-ministro do governo anterior, Anderson Torres, um bolsonarista raiz.


Vejamos o contrassenso que a situação escancarou e que demonstra que o constituinte de 1988 pode ter cometido equívoco ao alterar a forma de organização e administração do Distrito Federal. As seguintes disposições constitucionais mostram claramente que a segurança pública do DF foi inicialmente idealizada como subordinada à Presidência da República.


O artigo 21/XIV da Constituição estabeleceu a competência da União para “organizar e manter a Polícia Civil, a Polícia Penal, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal”, o que foi confirmado pelo § 4º do artigo 32, que dispõe que: “lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar”. A inteligência desses dispositivos não permite outro entendimento: as forças de segurança do DF estavam subordinadas ao Presidente da República.


No entanto, contraditoriamente, o § 6º do artigo 144 da CF 88 estabeleceu que: “As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos governadores dos estados, do Distrito Federal e dos Territórios”.
A expressão “e distrital” e a parte final deste dispositivo (…do Distrito Federal e dos Territórios) pode ter ocorrido por engano, por má-fé ou por imposição de alguns parlamentares. Se proposital, esqueceram-se de alterar a redação dos artigos 21 e 32, pelo que a CF 1988, na parte relativa a essa matéria, ficou “um samba do crioulo doido”.
Por esse lamentável equívoco (?), as forças do segurança do DF passaram, assim, a serem subordinadas ao governador. Mas continuaram a ser mantidas (custeadas) pela União. Ou seja, quem paga a conta não tem nenhuma ingerência no comando dessas forças, situação que afronta a lógica. E o resultado disso, assistimos no dia 8 de janeiro.


Importante registrar-se que a União mantém ainda o Poder Judiciário e o Ministério Público do DF, além de custear, por meio do FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal), as polícias Civil, Penal, Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, a Saúde Pública e a Educação.


Em 2023, o FCDF alcançou o montante de R$ 22,96 bilhões: Segurança Pública, R$ 10,19 bilhões; Saúde, R$ 7,14 bilhões; e Educação, R$ 5,63 bilhões. O orçamento do GDF para 2023 é de R$ 57,35 bilhões, sendo a contribuição do FCDF, portanto, quarenta por cento dele.


Por tudo isso, fica claro que o DF é uma unidade federativa diferenciada, criada com destinação específica de ser a sede do governo central e que, nessa condição, é difícil aceitar-se que esse território seja administrado por um governador de oposição.
Neste momento, o ministro da Justiça e Segurança Pública está idealizando alternativas que previnam a ocorrência futura de novos atos golpistas. Uma das propostas seria a criação de uma guarda nacional para proteger a Esplanada dos Ministérios.
É preciso ponderar-se, no entanto, que para essa finalidade já existem a PMDF, o Batalhão da Guarda Presidencial, além das polícias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.


Assim, será muito difícil a criação de um novo ente com esse objetivo sem alterar substancialmente os que já existem. Quem sabe, rever a forma de organização e administração do DF, voltando a ser uma unidade vinculada à União, não seria a melhor e menos onerosa solução?

(*) Geólogo, advogado e escritor

Compartilhe essa notícia:

Picture of J.B. Pontes

J.B. Pontes

Colunas

Orlando Pontes

“A revolução virá da periferia, da cultura, da música”

Caroline Romeiro

OMS revê papel dos medicamentos no tratamento da obesidade

José Matos

A escada da vida

Júlio Miragaya

5 de dezembro de 1941: a virada na 2ª Guerra Mundial

Tesandro Vilela

IA generativa muda hábitos digitais na América Latina

Júlio Pontes

Cappelli lidera engajamento entre os pré-candidatos ao GDF

Últimas Notícias

Léo Santana será atração do Viva Piri 2026

7 de dezembro de 2025

120 vagas para concurso para Guarda Municipal em Valparaíso

7 de dezembro de 2025

OMS revê papel dos medicamentos no tratamento da obesidade

6 de dezembro de 2025

Concluída duplicação da BR-050 até Delta-MG

6 de dezembro de 2025

Newsletter

Siga-nos

Facebook X-twitter Instagram

Sobre

  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão impressa
  • Expediente
  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão impressa
  • Expediente

Blogs

  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade
  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade

Colunas

  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
Facebook X-twitter Instagram
  • Política de Privacidade
  • Termos de Uso

© Copyright 2011-2025 Brasília Capital Produtora e Editora de Jornais e Revistas LTDA.