“A novidade era o máximo”, dizia Gilberto Gil, ainda em 1986, quando gravou o sucesso “Novidade”, ao lado de Herbert Vianna e dos Paralamas do Sucesso. A frase do baiano corrobora os dados que virão nas próximas linhas deste espaço. Sigamos…
Das cinco cidades mais populosas do estado de Goiás, quatro mudaram suas gestões. Ou seja, não reelegeram os antigos prefeitos. Apenas Luziânia reelegeu Diego Sorgatto, do União Brasil.
Na capital, Goiânia, Sandro Mabel (União) venceu o pleito do ano passado. Na vizinha Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB) desbancou o grupo que estava no poder. Em Anápolis, Márcio Corrêa (PL) é o novo prefeito. Rio Verde, agora, é governada por Wellington Carrijo (MDB).
Dados obtidos por meio de ferramentas de monitoramento de redes sociais mostram que, em 14 de janeiro, todos os cinco prefeitos estudados tinham um engajamento maior em relação ao dia 31 do mesmo mês.
Após as duas primeiras semanas do ano, usei este espaço para alertar que o “fator novidade” era o responsável pela alta porcentagem de interações nas redes dos novos líderes.
Hoje, volto para comprovar a minha própria tese. A porcentagem apresentada na tabela ao lado relaciona a quantidade de interações (em 14 e 31 de janeiro) em comparação com o número total de seguidores.
Sandro Mabel, Leandro Vilela e Márcio Corrêa herdaram gestões extremamente mal avaliadas, o que claramente aumenta o interesse nos novos prefeitos. Já Diego Sorgatto é quem tinha o menor engajamento em 14 de janeiro, mas foi quem menos perdeu em relação aos 15 dias anteriores. Dos cinco, ele foi o único reeleito.
Wellington Carrijo é quem tem a melhor taxa de engajamento entre os cinco prefeitos. Ele obtém picos de audiência quando publica conteúdos colaborativos com o ex-prefeito de Rio Verde Paulo do Vale. Ou seja, Carrijo aproveita do fator novidade e da credibilidade de seu antecessor e aliado.
A chegada de novos prefeitos nos municípios atraiu a atenção das pessoas, que passaram a buscar, nas redes do novo mandatário, como será a nova gestão, além de informações oficiais, como a distribuição de materiais escolares nos colégios municipais.
Entretanto, com o tempo, é normal que as porcentagens caiam. O que deve ser trabalhado é que, mesmo com menos audiência, a gestão seja aprovada, sem deixar que “a novidade que seria um sonho” vire um “pesadelo tão medonho”.
Para isso, criar marcos temporais pode ser um bom caminho. Por exemplo, reforçar, de várias maneiras, o que foi feito nos primeiros 100 dias de mandato e o que mudou em relação ao antecessor. Mas é claro que cada um deve procurar em sua própria realidade o melhor caminho para continuar sendo visto e bem avaliado.