Iniciando um ano eleitoral agitado na América Latina, no próximo dia 4 de fevereiro acontecerá o primeiro turno das eleições presidenciais da Costa Rica, país da América Central reconhecido como uma das nações mais democráticas, maduras e livres entre os países latino-americanos, ao lado do Uruguai, segundo relatório da The Economist Intelligence Unit (EUI), encomendado pela BBC em 2015.
Apenas Costa Rica e Uruguai foram classificados como “democracias plenas” entre todos os países do bloco, levando em consideração a análise de aspectos como acesso às urnas, liberdades civis, participação política, entre outros.
Lançaram-se ao escrutínio presidencial costarriquenho nada menos que 13 candidatos. Seu atual presidente Luis Guillermo Solís Rivera, imerso em escândalos de corrupção e com baixíssima popularidade, prejudica a candidatura governista de Carlos Alvarado, de centro-esquerda.
Em pesquisa recente do Centro de Investigación y Estudios Políticos (CIEP), que aponta ida ao segundo turno, entre os eleitores que declaram participar das eleições, 40% não têm candidato definido e outros 40% não pretendem ir votar, apesar da obrigatoriedade. Outras pesquisas projetam que a centro-direita retornará ao poder, assim como na Argentina e no Chile, seguindo um aparente movimento político mundial e latino-americano de guinada à direita.
O principal problema em destaque na mídia e nas rodas de conversas costarriquenhas é a corrupção, algo comum ao contexto brasileiro, sobretudo pela onipresença jornalística da Operação Lava Jato nos últimos anos, que mudou os rumos da história recente de nossa política e que poderá, a se confirmar no próximo dia 24, retirar o ex-presidente Lula, líder de intenções de votos, da corrida presidencial caso seja confirmada sua condenação em segunda instância.
Nosso cenário eleitoral ainda não tem tantos presidenciáveis, mas nossas indefinições são ainda maiores que as da Costa Rica. Apresentadores de TV, empresários, ex-militar, ministro da Fazenda, presidente da Câmara dos Deputados e ex-presidenciáveis tentam se cacifar ao posto negando a política tradicional e se esquivando dos escândalos de corrupção. A população, por sua vez, mais informada e desiludida, nega a política a seu modo, podendo gerar uma das maiores abstenções eleitorais da história do Brasil, sepultar inúmeras candidaturas de deputados e aprofundar ainda mais nossa crise de representatividade política.
Eis os desafios de nossa jovem democracia, onde certamente as estratégias profissionais de marketing, comunicação e mobilização, especialidades de nossa consultoria Viés Marketing Estratégico, serão cruciais para candidaturas proporcionais que busquem êxito nas urnas em 2018.
Para analisar cenários e tendências continentais que poderão desvendar os rumos eleitorais do Brasil, o projeto Tour Eleições das Américas embarcará no dia 29 de março para San José, capital da Costa Rica, para acompanhar o segundo turno das eleições presidenciais que acontecerão no dia 1º de abril.
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