Falo, a seguir, apenas da nossa classe média em busca do paraíso – seja a média baixa, quase beirando uma pobreza, digamos, digna; a média média, correndo pra chegar à média alta que, por seu turno, tem certeza que vai ficar milionária imitando os ricaços, trocando de carro todo ano e passando as férias em Miami.
Dito isso, acho que se pode afirmar: é raro você não conhecer uma família que tenha pelo menos filha, mãe, parente, amiga, solta por esse mundão afora; pode ser profissional de alguma ONG que enfrenta preconceitos contra grupos tipo LGBT+, pretos, imigrantes, só pra falar dos mais óbvios; ou estudantes que participam de congressos no exterior buscando novas perspectivas profissionais.
Se não falo de homens, mas de mulheres, é porque elas também se inserem nesse quadro aí de cima, qualificando seres humanos de segunda categoria. (Ainda existe muita gente que acredita que mulher nasceu pra ser motorista de fogão.)
Tudo isso pra dizer que a meninada está entendendo o mundo melhor do que as gerações passadas. E sabe que sua hora chegou. No mínimo, para dar um ar mais sério às discussões entre marmanjos que parecem brincar de esconde-esconde enquanto o mundo pega fogo.
E, caso você ache ruim essa perspectiva, melhor ir se preparando. Não para um matriarcado, que elas não são bobas, mas para uma divisão meio a meio das responsabilidades de levar esse planeta para um destino melhor do que se espera nos dias de hoje.
Aí, todos os gêneros (e os que ainda vierem) já sairiam no lucro.