Olá, queridos amigos! Vamos hoje desfazer algumas confusões comuns no dia a dia de quem usa a língua portuguesa! Vamos então entender cada uma das três possibilidades apresentadas no título desta matéria:
- À medida que: conjunção subordinativa proporcional. É sinônimo de “quanto mais”, “à proporção que”, “ao passo que”.
Exemplo: À medida que estudo, mais sábio fico.
- Na medida em que: conjunção subordinativa causal. É sinônimo de “porque”, “pois”, “uma vez que”.
Exemplo: Aqueles advogados comemoram na medida em que acabaram de ganhar um caso (Aqueles advogados comemoram porque acabaram de ganhar um caso).
- A medida que: não é nada além de artigo (a) + substantivo (medida) + pronome relativo (que). Pode aparecer em qualquer lugar de um período.
Exemplo: A medida que adotamos é bastante drástica. Percebam que o trecho “que adotamos” forma uma oração subordinada adjetiva restritiva. O pronome relativo “que” (pode ser substituído por “a qual”) retoma o substantivo “medida”, que é núcleo do sujeito do verbo “é”.
Vejamos outro exemplo: Eles adoraram a medida que sugeri. “Eles” (sujeito do verbo “adoraram”); “a medida” (objeto direto do verbo “adoravam”); “que sugeri” (oração subordinada adjetiva restritiva, introduzida pelo pronome relativo “que”).
OBSERVAÇÃO: Percebam que, em (3), a expressão “a medida” foi usada nos exemplos como sujeito do verbo “é” e como objeto direto do verbo “adoravam”. Ambas são funções sintáticas sem preposição. Mas nada impede que o substantivo “medida” apareça em outras funções sintáticas, permitindo que, por regência, ele venha acompanhado por uma preposição. Exemplos: Preciso da medida que você criou. Eu tive acesso à medida que você criou. Logo, não pensem que todo “à medida que” é uma conjunção proporcional. Você, acima de tudo, precisa entender a semântica dos períodos! Sem a ideia de proporcionalidade, “à medida que” pode existir, pois não se trata mais da conjunção citada em (1).
No fim das contas, queridos, afirmo: o fundamental para se estudar a língua portuguesa é priorizar o raciocínio, e não a memória. Quem, ao estudar o nosso vernáculo, prefere decorar formas fixas, acaba se deparando com um número sem fim de exceções. Tenham paciência! Reflexão e raciocínio são preceitos básicos para se entender verdadeiramente o português.
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