Uma greve internacional agendada para o dia 8 de março é a manifestação que marcará o Dia Internacional da Mulher este ano. Inspiradas no movimento argentino Ni una menos, ativistas norte-americanas se juntaram ao International Women’s Strike, conclamando as mulheres de todo o mundo e todas as pessoas que as apoiam a se juntarem em greves e marchas nesse dia, denunciando políticos e empresas misógenas (que agem com repulsa, desprezo ou ódio por mulheres), dentre outras reivindicações.
Nos Estados Unidos, a Marcha das Mulheres, realizada em janeiro deste ano,opôs-se a Donald Trump e, segundo as organizadoras, às suas “políticas agressivamente misóginas, homofóbicas, transfóbicas e racistas”. Jornais americanos e europeus, como o Público, de Portugal, têm divulgado esses movimentos que reivindicavam não apenas os direitos das mulheres — “como o acesso a cuidados de saúde e planejamento familiar gratuitos e o fim da desigualdade salarial em relação aos homens — mas os de outras minorias, lutando contra o racismo, a homofobia, a desigualdade, a discriminação e a intolerância em geral”.
O caso do DF – Numa luta constante, o espaço das mulheres na sociedade vem sendo conquistado com mudanças nos costumes em todo o mundo. No Distrito Federal, a Câmara Legislativa promoveu uma Audiência Pública na sexta-feira (3), para debater as diretrizes que investigam, processam e julgam mortes violentas de mulheres no DF. A iniciativa foi do presidente da Casa, deputado Joe Valle (PDT), juntamente com o Grupo de Trabalho Contra o Feminicídio e Todas as Formas de Violência Contra a Mulher (GT Feminicídio). Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), o número de feminicídios no DF subiu 15,4% entre 2004 e 2014, conforme dados do Atlas da Violência 2016.
Outra bandeira levantada é a falta de creches para que as mães trabalhadoras possam deixar seus filhos. Com o objetivo de facilitar a vida da população, a Secretaria de Educação definiu novo procedimento com matrículas por telefone de crianças com até três anos de idade em creches públicas ou conveniadas com o governo. No início do ano, segundo a Secretaria, o déficit nas creches públicas era de 21 mil vagas. Na educação infantil (4 e 5 anos), 1,6 mil crianças estavam na fila aguardando para serem matriculadas.
A situação pelo mundo – No setor da ONU destinado aos estudos e acompanhamento das mulheres pelo mundo (www.onumulheres.org.br) são divulgados os sete “Princípios de empoderamento das Mulheres”: 1-Estabelecer liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero; 2- Tratar todos os homens e mulheres de forma justa
no trabalho, respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação; 3 – Garantir a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras; 4 – Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional das mulheres; 5 – Implantar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de suprimentos e marketing que empoderem as mulheres; 6 – Promover a igualdade através de iniciativas e defesa comunitária; 7- Mediar e publicar os progressos para alcançar a igualdade de gênero.
Essa ação tem por base a realidade das mulheres do planeta em condições degradantes, como escravidão sexual; a supressão de direitos civis, como o de votar, por exemplo; a proibição de livre manifestação de suas idéias; o cerceamento do direito de ir e vir; a subserviência aos seus pais e maridos, dentre tantas outras situações que enfrentam.
Mesmo com a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006, que colocou o País na vanguarda mundial, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Brasil ocupa a 85ª posição em desenvolvimento humano e desigualdade de gênero.document.currentScript.parentNode.insertBefore(s, document.currentScript);