Alessandra Terribili, do Sinpro-DF
A categoria do magistério público do DF compareceu em peso à assembleia geral desta terça-feira (10) e decidiu continuar a greve iniciada na segunda-feira (2). Professores, professoras, orientadores e orientadoras educacionais avaliaram os rumos do movimento paredista, e entenderam que é possível e necessário avançar mais. Ao final da assembleia, educadores e educadoras saíram em passeata pelo Eixo Monumental até o Palácio do Buriti.
Se, por um lado, é preciso reconhecer os avanços nas negociações com o GDF, por outro, a categoria decidiu manter a mobilização para cobrar uma proposta que, de fato, corresponda às demandas e à importância do papel do magistério.
A comissão de negociação informou que diversas ações têm fortalecido a busca pela retomada do diálogo com o governo. “É preciso que o GDF apresente algo mais concreto, além dos 4 itens já postos”, destacou Cleber Soares, integrante da comissão. “A expectativa é de restabelecer a mesa de negociação, de onde não partimos mais do zero, mas sim, com essa primeira proposta”, disse.
Nesse sentido, é muito importante que o procurador-geral do Ministério Público do DF, Georges Seigneur, tenha se somado a esses esforços. Ele esteve com representantes do movimento na segunda-feira (9) e se dispôs a fortalecer as ações de retomada de negociação, assim como, na semana passada, havia feito o desembargador Waldir Leôncio Júnior, presidente do Tribunal de Justiça do DF.
Além disso, a grande vitória que representa a suspensão da multa de R$ 1 milhão por dia, decidida pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, mostra a força do movimento, que tem se ampliado.
Ao longo de nove dias de greve, a comunidade escolar e a população em geral têm expressado seu apoio à categoria do magistério, bem como parlamentares distritais e federais e entidades sindicais e sociais.
Para Márcia Gilda, diretora do Sinpro, a categoria não ganhou nada de presente e sim pela mobilização. “Nós sempre estivemos dispostos e dispostas a dialogar e negociar, mas precisamos recorrer à greve para que o governo nos apresentasse uma proposta”, lembrou.
“O apoio e a solidariedade que estamos recebendo nas ruas e através de moções são uma demonstração de que estamos no caminho certo, e sairemos deste movimento com vitória”, concluiu Márcia Gilda.
CRONOGRAMA – A categoria também definiu um cronograma de ações, com a próxima assembleia geral na segunda-feira (16), com possibilidade de alteração. Confira o calendário aprovado.