Orlando Pontes
Depois de oito semanas de polêmicas, incluindo uma operação conjunta da Secretaria DF Legal e da Administração Regional no dia 2 de setembro, que resultou em prejuízos com a apreensão de mercadorias, os trabalhadores, a comunidade local e o administrador Gilvando Galdino chegaram a um consenso na terça-feira (23): a feirinha que acontece semanalmente na Praça das Araras, na Quadra 107 de Águas Claras, fica.
O Brasília Capital acompanhou, na manhã de terça, mais uma inspeção de Galdino no espaço. Os feirantes haviam montado suas barracas na via próxima à saída para a EPTG, conforme determinara o administrador. Mas todos, inclusive os clientes, estavam insatisfeitos. “O lugar ficou muito apertado. Os carros passam em alta velocidade. Fica difícil até para descarregar as coisas”, reclamou a feirante Socorro, que traz mercadorias da Ceasa dentro de um ônibus adaptado.
INTRANSIGÊNCIA – Galdino mantinha-se intransigente em não permitir que a feirinha voltasse a funcionar no local onde estava há mais de três anos. No entanto, sua assessoria propôs uma solução “salomônica”. Em vez de retornar ao estacionamento anterior, onde o chefe dele não aceitava, e permanecer no calçadão, foi sugerido um espaço na grama, no centro da praça. A ideia foi acatada pelos feirantes, aceita pelo administrador e aplaudida pelos moradores.
Assim, todas as terças-feiras pela manhã acontecerá a feirinha onde se pode comprar verduras e frutas frescas, guloseimas como queijos, doces, castanhas e muitos outros produtos. “A feira aqui é extremamente conveniente, principalmente para quem tem mais idade, quem não dirige e tem dificuldade de locomoção. Eles trazem produtos direto do Ceasa, com qualidade e preço melhor que os dos mercados”, afirmou o morador Martin Ernesto Melco, 64 anos.
Para Francisca Rodrigues, 67 anos, cuidadora de Dona Maria, de 92 anos, o local da feira é o ideal. “Pra mim é ótimo, porque fica perto da casa da minha patroa, que não pode sair. Seria bom que continuasse aqui, onde eu vou e volto rapidinho”, contou.