Na semana em que a Câmara dos Deputados derrubou a volta do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito, o DPVAT, famílias desamparadas choram a perda de ao menos 41 entes queridos pelo Brasil. São parentes de vítimas da grave colisão na BR-116 entre uma carreta, um ônibus e um carro de passeio, em Teófilo Otoni (MG).
Até 2020, quando o governo Bolsonaro extinguiu a cobrança, o seguro era pago anualmente por proprietários de automóveis, motos e caminhões e destinava os recursos para cobertura de indenizações por morte ou invalidez permanente, além de reembolso de despesas com assistência médica, serviços funerários e reabilitação profissional.
Com a extinção definitiva, comemorada por deputados de oposição como Nikolas Ferreira (PL-MG), os pagamentos serão descontinuados, ou seja, as famílias do acidente de Minas Gerais sequer poderão contar com o auxílio do Estado para enterrar os mortos. A única saída, agora, é entrar na Justiça em busca de reparação, o que pode prolongar o sofrimento por anos. A menos que os envolvidos possuam seguro privado.
Excesso de peso – A maior tragédia em rodovias federais desde 2007, segundo a PRF, ocorreu na madrugada de sábado (21), quando um grande bloco de granito, que era transportado pela carreta, se soltou e atingiu um ônibus de viagem, que seguia em sentido contrário. Um carro de passeio não conseguiu frear a tempo e seus três ocupantes ficaram gravemente feridos.
A investigação aponta para excesso de peso no caminhão e há o indicativo de uma possível responsabilidade criminal do condutor, que estava com a Carteira de Habilitação suspensa.
A ponte caiu – Já na divisa de Tocantins com o Maranhão, ao menos 16 pessoas estão desaparecidas após parte de uma ponte, que liga os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), ceder na tarde de domingo (22), na BR-226. Duas mortes foram confirmadas pela Polícia Militar do Tocantins.
As más condições estruturais, que vinham sendo denunciadas por moradores da região, eram evidenes. A obra foi inaugurada em 1960. Informações do DNIT apontam que o incidente provocou a queda de carros de passeio, motocicletas e caminhões, um deles, inclusive, carregava materiais corrosivos.
Queda de avião mata 10 da mesma família
O luto também veio pelo céu. Na manhã de domingo (22), um avião de pequeno porte caiu em Gramado, na Serra Gaúcha. O piloto e os outros nove passageiros, todos da mesma família, não sobreviveram.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul informou que a aeronave decolou de Canela, cidade vizinha a Gramado, colidiu na chaminé de um prédio, no segundo andar de uma residência e caiu sobre uma loja de móveis.