Recordar é viver, diz o ditado. Contudo, mais do que isso, me arrisco a afirmar que recordar é, também, uma questão de sobrevivência. E como, em 2018, Rodrigo Rollemberg pretende disputar a reeleição, a memória, no próximo ano, será instrumento fundamental para planejarmos um futuro melhor: em um DF com Saúde, com Educação e com Segurança, muito diferente deste que vivemos agora. Por isso, dedico as próximas linhas a algumas promessas de campanha do atual governador para a saúde pública, descritas em seu “Programa de Governo”, de 2014, que até hoje não saíram do papel.
“Modernizar a gestão, de modo a torná-la mais descentralizada e eficiente, inclusive do ponto de vista financeiro, definindo metas específicas de cobertura, qualidade e padronização do atendimento público em saúde”. Mas, a realidade do DF hoje é: desde que a Secretaria de Saúde do DF mudou o protocolo de atendimento no SUS-DF, em novembro, a desassistência se tornou uma regra na vida da população. Agora, como mostrou matéria publicada pelo Correio Braziliense, no último domingo (17), conseguir atendimento nos hospitais ou unidades básicas de Saúde virou um verdadeiro “calvário”.
Outra promessa de Rollemberg durante a campanha: “Integrar os níveis de atenção e apoio à saúde, possibilitando a promoção integral da saúde à população”. Hoje, após as mudanças que supostamente promoveriam uma melhora no SUS-DF, os pacientes que conseguem atendimento, após o calvário, chegam a aguardar mais de 12 horas, entre hospitais, unidades básicas de Saúde e até UPAs. E, quando questionado sobre a desassistência na rede, o coordenador da Atenção Especializada da Secretaria de Saúde, Fernando Uzuelli, ainda responde que se o paciente tiver alguma dificuldade de atendimento, “ele deve procurar a Ouvidoria (160)”.
“Restabelecer os quadros das áreas profissionais da saúde mais carentes”. Frase que também está na lista de promessas do “Programa de Governo” de Rollemberg, lá de 2014. E, em três anos de governo, nada foi feito para recompor o quadro da Saúde que, claramente, não acompanhou o crescimento populacional do DF: são mais de 3 milhões de pessoas para aproximadamente 35 mil servidores (muitos deles em áreas administrativas), segundo dados do próprio GDF. Hoje, o déficit de médicos na rede é de, aproximadamente, 5 mil profissionais. Enquanto isso, as filas para quem não pode esperar, como vítimas de câncer, só aumentam e duram cerca de um ano e cinco meses, em média.
Como disse, os exemplos citados acima são apenas alguns itens da extensa lista de promessas não cumpridas do “Programa de Governo” de Rollemberg para a Saúde. E o resultado disso é que o sistema público de saúde do DF nunca viveu um cenário tão preocupante quanto agora.
Em 2018, vamos recordar, acordar e fazer da urna nossa principal arma contra dias como os de hoje. Chega de promessas escritas a lápis. Um feliz ano novo a todos, com mais esperança, saúde e prosperidade.