Composto por nove partidos (MDB, DEM, PL, PP, PSD, SD, PTB, Pros e Avante), que reúnem 221 deputados federais e gravitam em torno do governo federal em troca de cargos na Esplanada dos Ministérios ou em estatais país afora, o Centrão começou a se desfazer. Na segunda-feira (27), o MDB e o DEM, as duas maiores legendas do grupo, iniciaram a debandada, reduzindo a força do aglomerado em 63 votos.
Oficialmente, os partidos buscam mais independência. Mas, os objetivos políticos são a sucessão do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em fevereiro de 2021, e a aprovação da Reforma Tributária, no segundo semestre. Os deputados não querem entregar o comando da Câmara a Artur Lira (PP-AL), considerado fiel escudeiro do Planalto, e, tampouco, dar ao ministro da Economia, Paulo Guedes, todos os louros pela possível aprovação da Reforma Tributária.
Depois do anúncio da saída do blocão, MDB e DEM negociam uma aproximação com o PSDB. A ideia é formar uma frente de centro para eleger um candidato apoiado pelo próprio Rodrigo Maia, provavelmente o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (MDB-SP). Na terça-feira (28), o Solidariedade (SD) e o Avante também articulavam o desembarque do Centrão.