Aconselhamento, além da caridade de ouvir, é uma arte que requer estudo, humildade, empatia e tempo de dedicação. Se alguém lhe procura para se aconselhar, o problema é dela e você é apenas o facilitador; é ela que deve ser o centro, alguém que você vai fazer com que ela mesma descubra a saída para o seu problema.
Não obstante, saiba que nem todos que lhe procuram querem a sua opinião. Às vezes, querem apenas desabafar. Nesta arte, não esqueça do provérbio: “a boa palavra dita a seu tempo é maçã de ouro em cesta de prata”. Há hora de falar, modo de falar e dosagem a ser falada.
Transforme o aconselhamento em algo prazeroso. O que você fala, também serve para você. Anime e brinque para alegrar, se couber. Observe o brilho nos olhos do aconselhado. Em alguns casos, até suicídio pode ser evitado.
Se você for religioso, a oração silenciosa potencializará o efeito do conselho. O aconselhamento é caridade de ouvir que está desaparecendo porque as pessoas estão ficando sem disposição de ouvir, esquecidas de que, se hoje é o outro que precisa, amanhã poderá ser você.
Aconselhamento salva vidas. É tão importante que foi criado o CVV (Centro de Valorização da Vida), para que as pessoas possam ligar no anonimato e serem ouvidas. O aconselhamento harmoniza as pessoas, melhora o entendimento e repercute sobre o próprio conselheiro.
É tão importante que foi recomendado por Jesus: “Confessai-vos uns aos outros”. Mas deve haver discrição. Então, aprenda com o pessoal do AA (Alcoólicos Anônimos): “O que você ouviu aqui, quem você viu aqui, deixe que fique aqui”.
Ao ser aconselhado várias vezes por Chico Xavier, alguém que queria cometer um assassinato, quando soube da morte natural da ex-futura vítima, desabafou: “O homem estava tão perto de morrer e quase que eu faço uma besteira”.