Veja esta oração: Os brasileiros celebravam eufóricos a vitória da seleção!
Além da maravilhosa previsão para 2018, eu pergunto: “eufóricos” é um adjetivo ou um advérbio? Essa dúvida habita a cabeça de grande parte daqueles que estudam a gramática da nossa querida língua portuguesa. Quem não a tem, já a teve (ou a terá)!
A análise como advérbio é parcialmente plausível, na medida em que é possível entender que “eufóricos” representa o modo como os brasileiros celebravam. Mas, antes mesmo da análise semântica do vocábulo, é preciso entender as características morfológicas dessas duas classes gramaticais.
O adjetivo, por ser um termo subordinado ao substantivo, deve estabelecer com esta palavra concordância nominal. Portanto, um adjetivo sofre flexões de número (singular ou plural) e gênero (masculino ou feminino). Essa mesma propriedade não acomete o advérbio, uma vez que essa classe se subordina a verbos, adjetivos ou outros advérbios – por isso, costumamos dizer que o advérbio é invariável.
Note que, no exemplo apresentado, “eufóricos” está no plural e no masculino, assim como “brasileiros”. Se trocarmos “brasileiros” por brasileiras, obrigatoriamente precisaremos substituir “eufóricos” por eufóricas. Isso é prova cabal de que a classificação de “eufóricos” é um adjetivo.
Agora, veja esta construção: Os brasileiros celebravam euforicamente a vitória da seleção.
Mesmo trocando “brasileiros” por brasileiras, “euforicamente” não sofre alteração. Dessa vez, temos um advérbio.
Em resumo: o segredo é analisar se a palavra é variável ou não! Assim, você nunca mais confundirá um adjetivo com um advérbio!