O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon), e a Polícia Civil do DF (PDCF) cumprem, na manhã desta quinta-feira, 21 de setembro, 13 mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão na Operação Patrick. A ação investiga a venda da moeda digital Kriptacoin, da empresa Wall Street Corporate. Os mandados foram cumpridos no Distrito Federal, Águas Lindas e em Goiânia.
O grupo é investigado por suposto esquema de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e por crime de pirâmide financeira. Segundo as investigações, as fraudes podem gerar prejuízo a 40 mil investidores, que eram convencidos a aplicar dinheiro na moeda digital. A organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos.
Segundo as investigações, a organização criminosa movimentou R$250 milhões a partir de investimentos de 40 mil vítimas em uma moeda virtual falsa, a Kriptacoin. Três empresas são alvo da operação, entre elas a Wall Street Corporate e Kriptacoin – criadora da moeda.
Esquema – O esquema começou a ser articulado no final do ano passado e se consolidou no DF em janeiro de 2017. Os integrantes da organização se passavam por executivos e prometiam altos rendimentos com o negócio, com ganho de 1% ao dia sobre uma moeda virtual falsa – o resgate do saldo só poderia ser feito após um ano.
Para dar um ar de legalidade, eles marcavam reuniões, faziam anúncios em outdoors e propagandas, tanto na internet quanto na televisão, além de tirar fotos com cantores famosos.
Quanto mais investidores fossem recrutados para participar do negócio, a promessa de ganhos aumentava, com bônus de 10% por pessoa cooptada. Assim, o lucro crescia proporcionalmente à quantidade de aplicações feitas na cadeia, mas era tudo um golpe.
Segundo a polícia, uma das vítimas disse que aplicou quase R$ 200 mil sem retorno e, ao tentar resgatar os valores aplicados, foi ameaçada pelos \”executivos\” da falsa empresa.
As apurações também revelaram que o esquema funcionava com divisão de tarefas e que contava com falsificadores de documentos. Além disso, as três empresas que vendiam o serviço, alvo da operação estão, em nomes de \”laranjas\”, cujo o patrimônio declarado não condiz com as movimentações financeiras.