Como se não bastasse a greve-relâmpago dos rodoviários nesta segunda-feira (28), os brasilienses também tiveram que conviver com a ausência de motoristas do Uber. Os condutores da categoria Black decidiram cruzar os braços para cobrarem reajuste de 10% na taxa. Os serviços pararam das 9h às 13h, e a tarifa dinâmica – cobrada quando há falta de carros disponíveis – chegou a dobrar o preço das corridas. Nesta terça-feira (29), motoristas da categoria X — que pleiteiam um aumento de 21% nas viagens no Plano Piloto e 34% nas satélites — param das 7h às 19h.
As informações foram divulgadas em primeira mão pelo portal Extra Pauta. Procurada pelo site, e também pelo Brasília Capital, a assessoria do Uber não se manifestou sobre a paralisação. Os condutores da categoria X planejam uma carreata partindo, às 9h, da concessionária Bali, próxima ao aeroporto, rumo ao escritório da Uber, no Lago Sul.
Os motoristas do UberX querem a volta dos valores praticados quando o aplicativo foi lançado – para isso deveria ser reajustada em 34%. “Quando chegou a Brasília, a tarifa do Uber era R$1,60 por quilômetro rodado tanto no Plano Piloto quanto nas demais regiões. Eles aplicaram um desconto que resultou em uma tarifa de R$1,25 para Plano Piloto e R$1,05 para as satélites, exceto o Guará”, diz Anderson Bajo, que organiza a paralisação do UberX.
Já na categoria Black são três as reivindicações: redução do percentual cobrado pela plataforma, que hoje é de 20%; aumento de 10% na tarifa repassada aos motoristas; e exclusividade para a categoria. Ou seja: o parceiro cadastrado nesse segmento não poderá rodar como Uber X, Uber Bag e nem Uber Select.
Em vão – Nem os organizadores Black e tampouco os X conseguem estimar a quantidade de parceiros que vão aderir às paralisações. Especialista em Direito Privado, a advogada Fernanda Coelho explica que, pela precariedade do contrato de trabalho dos motoristas com a Uber, não há espaço para sindicatos ou entidades de classe que organizem as paralisações. Em São Paulo, já há um embate judicial que busca provar a relação de trabalho entre motorista e empresa. Não há, contudo, uma decisão.
“Então não dá para afirmar que os motoristas possuem um embasamento jurídico. Vejo que essa manifestação é uma forma amigável de melhorar uma parceria. Mas se for reconhecida essa relação de trabalho, creio que futuramente vão começar a ter sindicatos específicos que poderão lutar em prol dos condutores. No entanto, pode ser que a atividade deixe de ser interessante para a empresa que, nesse caso, possivelmente, deve parar de operar”.
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