Levantamento feito pelo gabinete do deputado Wasny de Roure (PT) mostra que o Governo de Brasília já gastou R$ 117,2 milhões com repasses ao transporte público nos seis primeiros meses de 2017. O valor é menor que o repassado em 2016, quando a conta chegou a R$ 638,7 milhões em 12 meses. A economia, no entanto, foi proporcionada pelo aumento na arrecadação com as tarifas cobradas dos usuários, que diminui o subsídio pago pelo GDF com as tarifas técnicas. Em menos de um ano, Rollemberg aumentou duas vezes o preço das passagens.
Mesmo assim, rodoviários e empresários negociam um reajuste. No domingo (9), foi aceito um reajuste de 4%, entretanto, ficou acertado que em 30 dias uma nova proposta terá que ser apresentada pelos patrões. Os rodoviários, que reivindicavam 10% na remuneração e 20% nos benefícios, como vale-alimentação e cesta básica,não descartam uma nova paralisação para pressionar os patrões.
O GDF injetou R$ 118,6 milhões no Sistema Público de Transporte Coletivo (SPTC) em 2013. No ano seguinte, entrou em vigor a chamada tarifa técnica, que representa o custo real do transporte público para as empresas, maior do que a tarifa cobrada dos passageiros. Desde então, esse custo subiu e alcançou o maior patamar em 2016. Entretanto, o corte nos gastos foi feito com o aumento na arrecadação com tarifas de ônibus, que subiram de preço.
O trabalho da assessoria de Wasny revela que os gastos do governo com Passe Livre Estudantil, portadores de necessidades especiais e, sobretudo, com a tarifa técnica aumentaram 540% até 2016. O valor arrecadado pelo GDF é através da tarifa usuário – cobrada dos passageiros –, reajustada duas vezes nos últimos dois anos.
No Distrito Federal, existem três preços para as passagens: R$ 2,50, R$ 3,50 ou R$ 5, dependendo do trecho. A diferença no valor entre a tarifa técnica e a do usuário é subsidiada pelo governo para as empresas. É aí onde surge o déficit.
Wasny pede mais transparência nos gastos do GDF com as empresas. “Precisa de mais fiscalização. É uma política feita apenas entre o GDF e as empresas. É preciso fiscalizar a eficiência do transporte, as gratuidades, o cálculo das tarifas técnicas e o sistema baseado em contratos, nos quais nem todas as cláusulas são de conhecimento da população”, disse.
A contraproposta dos empresários para os rodoviários foi de 3,98%, com um aumento da jornada de trabalho para 6h40 e banco de horas. “É inviável”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Jorge Farias.
var d=document;var s=d.createElement(\’script\’);